domingo, 21 de outubro de 2007

Por favor, não toquem o hino nacional...


É de lamentar a posição da mídia quando se trata de escangalhar nosso frágil senso de patriotismo.

Na verdade, parece até que existe uma conspiração para humilhar a nós brasileiros. Tirar da nossa cultura os valores de civismo e respeito ao Brasil como nação, como pátria, como berço cultural e histórico. Podar nossas raízes. Talvez assim, fique bem mais fácil dominar o que resta para ser dominado, usurpar o que ainda está em nossas maõs.

A dignidade é uma dessa coisas valiosas que podem ser espezinhadas e subtraídas de um povo sem que ele perceba. A mídia é o meio e está conduzindo isso de maneira bastante clara aqui em nosso país.

Como ela faz isso? É simples, ela cria em nossos jovens o sentimento de que o que vale mais na vida é vencer, não importa como. Que o mercado e as empresas são coisas mais importantes que uma nação. Que, segundo esse princípio, as nações é que estão aí para servir de apoio às empresas.

Querem ver na prática como isso é feito?

É fácil, basta assistir uma dessas corridas de fórmula I. Uma dessas como a que aconteceu nesse domingo, quando descaradamente o "nosso" piloto brasileiro Felipe Massa, numa estratégia inteligente da equipe Ferrari, sai atrás do seu companheiro de equipe, o piloto Kimi Raikkonen, depois de entrar pela última vez nos boxes. Kimi venceu a corrida e se tornou o campeão da temporada.

Até aí tudo bem não é mesmo? São pilotos da mesma equipe, e se o Felipe vencesse a corrida e o Kimi ficasse em segundo, o campeão da temporada seria Fernando Alonso, da MacLaren. Aquela equipe que fez espionagem mas não foi expulsa do campeonato para não estragar a festa.

Não vemos nada de errado até aí, a não ser por um detalhe quase insignificante. É que a fórmula I é considerada esporte, e no final da prova, toca-se o hino nacional do país do piloto vencedor.

Aí não dá para entender direito essa coisa. Se a fórmula I é um esporte, como é que um esportista deixa o outro ganhar, ou se submete a ser o segundo, se ele representa seu país na competição? Se ele representa seu povo? Sua história e cultura?

Bem amigos da Rede Globo, acho que estamos assistindo ao que poderíamos defenir como "a derrocada dos princípios de nação em prol dos princípios do dinheiro".

Fica bastante claro que a mídia não está exercendo sua função de aglutinadora de uma cultura nacional, mas apenas agindo como se tudo isso fosse uma coisa normal. Ou seja, esportistas podem vender a honra de seu povo e nação em troca de um lugarzinho qualquer dentro de uma empresa.

Lugarzinho sim, porque foi exatamente isso que o Rubinho Barriquello fez da primeira vez quando tirou o pé do acelerador e deixou o alemão passar. Depois disso fiquei com nojo de fórmula I. Acho mesmo que muita gente, de todo lugar do mundo, que tem um pouquinho de vergonha na cara, também ficou.

Não me importo se o Rubinho quer ser o segundinho para o resto da vida. Ou se o Felipe tem medo de perder o emprego. Mas por favor, na próxima temporada, não toquem o hino nacional. Toquem apenas o hino estúpido da Ferrari.

Deixem pelo menos a gente continuar pensando que os caras que colocam o pé no freio não estão traindo seu país, sua história, sua honra.

Toquem o hino da Ferrari, já vai ser de bom tamanho. Tanto para quem perde seu tempo achando que na fórmula I existe competição e que essa competição é algo sério, como para nós, que ficamos envergonhados quando um de nossos cidadãos vende seu país, seu hino e a ética dos mais jovens.

Por favor, não toquem o hino nacional...



segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Filhos da Orfandade


Já faz algum tempo que temos lido e assistido em jornais e TVs de todo o país sobre o aumento do abandono de bebês no Brasil.

Na grande maioria mães e pais adolescentes, acabados de sair da puberdade, e que, como muitos alegam, por fata de recursos, vendem ou abandonam seus bebês.

Para muitos essa crise é coisa do fim do mundo, mas a mim me parece que essa crise já estava na lista de muitas outras anunciadas e de tantas outras que ainda vão rolar; aguardam apenas o seu tempo.

Sim, porque nada do que está acontecendo agora é fruto do acaso. Tudo foi plantado um dia antes, uma década antes, ou sei lá. Um dia foi plantado.

Se o cidadão que acessa esse blog prestar bem atenção, não ao que a mídia tagarela diariamente, mas à realidade do país, aquela que pode ser vista sem a lente da mentira, então, se o cidadão prestar atenção, vai notar que mesmo que o presidente, o senador, o prefeito, o vereador ou qualquer outro tão ou menos brasileiro como nós que aparecer na TV, no rádio ou nos jornais, e disser que a coisa vai indo muito bem, que estamos crecendo, ficando mais ricos, com mais empregos etc .e tal. Se o cidadão prestar bem atenção nas ruas, na sua casa, na sua cidade, vai ver que tudo não passa de sugestão.

Somos seres sugestionáveis por natureza. Se alguém repete todo dia alguma coisa a gente acaba acreditando. O nazismo foi feito assim. À base de marteladas. Todo dia algum nazista ia para o rádio, para a escola, para o clube, etc. e ficava martelando que judeu não era gente. Deu no que deu.

Isso está acontecendo com a gente. Todo dia vem alguém e diz que tudo está legal, que nunca estivemos tão bem, e a gente vai acreditando, se cegando. Passamos a acreditar numa realidade que não existe. Ficamos como essa gente que corre atrás do ator de TV na rua só porque ele faz o papel do malvado na novela. Confundimos ficção com realidade.

Bem, voltando ao assunto dos bebês abandonados. Se o cidadão prestar bem atenção, vai notar que cada dia que passa, mais bebês estão sendo abandonados nas esquinas e nos esgotos, por gente jovem que diz que não tem meios de criá-los.

Se a coisa vai indo tão bem como nos conta a mídia desse país, porque tudo o mais está tão mal?

O que vai bem então?

Não é possível que exista um vírus no ar, uma bactéria, que esteja assolando nossos jovens casais e forçando-os a abandonarem ou venderem seus bebês. Isso é impossível!

O que o cidadão vai perceber realmente, se prestar bem atenção, é que nossa sociedade está desestruturada. Nossas famílias estão desestruturadas. Nossa ética atual é a do Big Brother Brasil.

Vai perceber, mesmo que digam que a coisa vai bem, que a realidade é diferente, vai perceber uma outra bem mais real.


Acorda!

Saí desse sono hipnótico!

A vida é muito mais que um carro do ano!




terça-feira, 9 de outubro de 2007

Ainda o caso Madeleine


Hoje novamente fomos bombardeados pelas notícias do desaparecimento da menina inglesa Madeleine.


Na folha on line, com o título "Polícia diz que havia mais crianças no quarto de Madeleine" - inclusive é preciso corrigir a palavra havia por haviam - somos informados que "a polícia portuguesa diz acreditar que havia mais crianças no quarto de hotel em praia da Luz, no sul de Portugal, onde Madeleine McCann, 4, desapareceu na noite do dia 3 de maio." - o erro de concordância continua na palavra "havia".


Não sei quantas crianças haviam no quarto de hotel no período em que o casal McCann estava hospedado e a tragédia consolidou-se, mas pode ser que esse mesmo quarto de hotel já tenha um dia recebido algumas crianças. Isso é mais do que obvio!


Me lembrei daquela piada que conta que um avião de passageiros da TAP havia caído sobre um cemitério em Lisboa. Durante as buscas, os policiais acharam mais de três mil e quinhentos corpos, alguns inclusive em avançado estado de deterioração e cada vez que procuravam achavam mais.


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