quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

A Previdência, A linha e as Entrelinhas




É realmente de espantar como a mídia nacional quer nos fazer de otários a fim de encobrir a corrupção, incompetência e safadeza de nossos governantes passados, presentes e provavelmente futuros.

No dia 25 de dezembro passado a folha on-line veiculou matéria sobre os estudos do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - sobre os índices de gastos previdenciários no Brasil.

No primeiro parágrafo da matéria o jornal informa que "o IPEA coloca o Brasil no topo da lista de países com maior gasto previdenciário no mundo, ao lado de Áustria, Polônia, Suíça e Uruguai, países com população mais envelhecida".

Já no terceiro parágrafo o jornal informa que "pelo tradicional "gasto como proporção do PIB" --conceito mais usual e também considerado no estudo--, os gastos com Previdência do Brasil correspondem a 11,7% do PIB e colocam o país como o 14º com mais gastos previdenciários no mundo, atrás de países como Itália (17,6%), Ucrânia (15,4%) e Uruguai (15%)".

Então não dá para entender qual a notícia correta. Ou o Brasil está no topo da lista (o que significaria estar em primeiro lugar) - pelo menos na minha época estar no topo era o mesmo que ser o primeiro - ou está no décimo quarto lugar, como afirmam no terceiro parágrafo.

Depois de uma chuva de números, da colocada afirmação do pesquisador do IPEA, Marcelo Caetano, de que "se um país tem muitos idosos, é aceitável que tenha uma despesa maior, mas não é o caso do Brasil", o jornal cita que "em entrevista, o ministro Luiz Marinho, responsável pela pasta, defendeu uma reforma cujo ponto principal é o aumento do tempo mínimo de contribuição em, ao menos, cinco anos - atualmente, o período é de 30 anos para mulheres e 35 para homens".

Essa lengalenga já é antiga e a nosso mídia oferece mais uma vez seu espaço, que deveria ser utilizado de forma cuidadosa, aos políticos de plantão, que não conseguem explicar até hoje, onde foi parar todo o dinheiro da previdência brasileira que deveria ter sido aplicado, gerando recursos futuros para pagamento dos benefícios presentes. Esse pacto foi feito com todos os trabalhadores no passado, que deram o suor de seus rostos para que o dinheiro da previdência, que deveria suprir os sistemas de saúde e aposentadoria, chegasse até eles de forma efetiva, através de programas sólidos e não fosse para a latrina política, como grande parte foi.

Gostaria muito mesmo que a folha e outros jornais do país também mostrassem todos os números que nos são negados, principalmente aqueles que vêm acompanhados com os nomes dos partidos e dos políticos que afanaram durante anos o dinheiro que devia ser bem empregado.

Agora, mais uma vez, a mídia tenta passar a idéia de que a culpa é nossa, e que, coitadinho do governo, vai ter que mudar as regras do jogo e fazer o cidadão de otário mais uma vez, pagando pelo que não deve e, ao contrário, teria de receber.

Muito bem. Teremos daqui alguns anos no Brasil uma legião de vovós e vovôs tomando o emprego de gente jovem. A não ser que o golpe seja mais sujo ainda e eles pretendam jogar toda essa gente no lixo justo na hora deles receberem os benefícios pelos quais pagaram a vida inteira. Tudo é possível, contanto que os nossos políticos continuem se aposentando com oito anos de mandato.

Vai ver que a vida é assim mesmo e não contaram pra gente.

A Liquidação do Natal


Durante essas semanas que antecederam o natal e mesmo nos dias mais próximos não consegui ver nas telas de TVs abertas e jornais eletrônicos do país, nada, mas nada mesmo sobre o significado dessa data tão importante para o calendário religioso do país.


O que vi foi apenas uma alarmante demonstração de como empresários do país e a mídia em geral transformaram o natal apenas em negócio e lucro.


Numa enchurrada de reportagens sobre como o consumidor deveria comprar, comprar e comprar para não deixar a data passar em branco, me fez lembrar da história do Mestre da Galiléia entrando no templo e espulsando os vendilhões com chicote em mãos.


Uma rede ou outra deve ter veiculado alguma programação mais específica sobre o significado da data, mas sinceramente o que assisti o tempo todo foi o invenstimento no consumismo exacerbado. Gente se acotovelando e se mordendo para comprar alguma porcaria nessas liquidações da 25 de Março ou da Saara carioca.


Fico imaginando que daqui alguns anos ninguém vai saber o que se está comemorando. Gente mais jovem vai achar que o natal é o dia apenas do Papai Noel e de sua trupe de renas.


Além do consumo das porcarias chinesas para encher ainda mais as crianças com a doença do consumismo, a apelação também foi a comida. Gente correndo para lá e para cá para não deixar de acumular na mesa o que provavelmente deve faltar para muita gente.


Com tanta comida e tanto desperdício parece que estamos comemorando o aniversário de algum "César" e não do menino divino nascido em Belém.


Tomara que um dia as pessoas se cansem dessa orgia do consumo e voltemos a ter novamente um natal com espírito de natal e não de "liquidação sensacional".

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Todo Mundo Quer Ajudar, Mas Ninguém Quer Parar de Comprar


Essa semana acontece em Bali, na Indonésia, com a participação de mais de 130 ministros de estado, mais uma cúpula mundial para discussão das medidas a serem tomadas para amenizar o efeito estufa que está elevando a temperatura do planeta e que, segundo a maioria dos cientistas não-pagos por empresas internacionais para dizerem o contrário, pode ser extremamente perigoso para a raça humana, pois em um futuro breve os níveis dos oceanos vão se elevar, o clima do planeta vai mudar radicalmente, florestas e rios irão desaparecer, uma variedade enorme de espécies animais e vegetais vão se extinguir e, com certeza, muita gente vai embarcar dessa para uma melhor.

A mídia, seja daqui do país do carnaval ou de lá do outro lado do mundo, da terra do Ching Ling, cumpre seu papel de desinformar e/ou de direcionar as mentes mais fracas para o que ela deseja que seja visto e pensado.

Por exemplo: ouve-se muito a mídia falar sobre as mudanças climáticas, mas muito pouco de quem são os responsáveis. Quando se fala em lucros para o país sempre a mídia corre na janela e grita aos quatro ventos os nomes das empresas que mais lucram, mas quando se trata de falar sobre quem está produzindo o aquecimento global ou contribuindo para que as coisas fiquem do mesmo jeito, nomes não são citados. Fica-se naquela generalização que tudo engloba e nada se explica.

Mas não é apenas isso. O mais espantoso é que, ao mesmo tempo em que a mídia corre de porta em porta batendo, esperneando e choramingando que o mundo pode acabar, ela sequer tem a coragem de tomar o assunto com a seriedade que merece e avisar o cidadão comum que ele tem um papel fundamental no processo todo.

Talvez ela haja dessa forma para não dar a entender que o cidadão comum, aquele que come pastel na feira, tem um papel fundamental em todas as coisas importantes que existem no mundo e que sua força está diretamente relacionada ao que ele sabe e conhece do mundo real.

Sim, porque se o cidadão soubesse de verdade que ele é quem manda em tudo, inclusive nos preços de todas as coisas, bem que a coisa poderia mudar não é mesmo?

No caso do efeito estufa, a mídia esquece de dizer ao cidadão que o que está acontecendo no mundo, é conseqüência em grande parte, de nossos hábitos de vida e consumo.

Mas quem é que vai dizer ao cidadão que ele deve parar de consumir as porcarias que não precisa de fato? Claro que não será a mídia, que vive exatamente disso, ou seja, das vendas das propagandas das porcarias que não precisamos de fato para sermos felizes e vivermos em paz.

Quando a mídia quiser de verdade discutir as mudanças climáticas, vai ter então que discutir nossos hábitos de consumo, e aí, como é que ela vai ganhar o seu rico dinheirinho se tiver que dizer para as pessoas que elas têm que parar com essa de consumir sem precisar?

É isso aí. Todo mundo quer ajudar, ninguém quer informar e muito menos parar de comprar.

sábado, 8 de dezembro de 2007

O Carnaval e a Farra do Patronismo


Pelo motivo das escolas de samba do Rio de Janeiro estarem dando um show de corrupção e envolvimento com bicheiros e traficantes, o presidente do Brasil resolve condecorá-las com R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais). R$ 1.000.000,00 (um milhão) para cada uma.


Isso é que gostar de carnaval não é mesmo presidente?


Enquanto isso, a mídia dorme nas arquibancadas, de uma ressaca sem-vergonha, e esquece de perguntar porque outros artistas do país, menos felizes e alegres, mais preocupados com uma cultura que faça pensar, e não aquela do pão e circo carnavalesco de todos os anos, têm que encarar duras travessias através das estradas espinhosas dos trâmites buracráticos das leis de incentivo e aguentar ainda por cima, o ranso dos marqueteiros das empresas "patrocinadoras".


A ressaca vai ainda mais longe quando a mídia regurgita notícias do dia anterior, bota o que sobra para fora, se esquecendo de que os leitores precisam saber exatamente como é que funciona esse negócio de presidente dar dinheiro para qualquer amigo de traficante sem ter que prestar contas desse dinheiro.


A ressaca é tão brava que a mídia não consegue nem levantar o olho, coçar a cabeça e erguer o braço, para apenas tentar perguntar por que um presidente da república pode sair por aí distribuindo dinheiro a seu bem entender, sem perguntar para os donos do dinheiro se isso é justo, correto ou não.


Mas o dinheiro vem de algumas empresas petroquímicas, não é do presidente nem dos cofres públicos.


Há, entendi! Quer dizer que o presidente sai por aí distribuindo dinheiro que não é dele? Que raio de emprego é esse. Eu também quero um.

Essas empresas então já haviam dito ao presidente que ele poderia usar o dinheiro para dar aos cartolas, ou o presidente foi atrás das empresas pedir esse dinheiro?


Se as empresas procuraram o presidente para dar o dinheiro é porque elas não podiam elas mesmas dar o dinheiro? Que coisa, será que não tinham ninguém lá para fazer isso?


Se o presidente foi pedir o dinheiro para as empresas e elas deram, será que essas empresas não pediram nada em troca? Que coisa interessante, porque eu vejo essas empresas lutarem tanto por seu rico dinheirinho quando os sindicatos pedem um aumento de salário justo. Será que essas empresas gostam tanto de carnaval assim?


Cada coisa que acontece nesse país né?

Eu queira saber mais sobre o assunto, mas a mídia parece que está sempre de ressaca.

Bom, carnaval é para isso aí mesmo, pra gente esquecer de tudo, inclusive que precisa ser melhor informado.


Ai que vida boa olerê,

ai que vida boa olará,

o estandarte do sanatório geral vai passar.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O Rei, 0 Presidente e a Mídia

É mesmo insuportável verificar o quanto a mídia nacional e internacional, que serve aos poderosos, joga a com a hipocrisia, a farsa e a mentira.

No caso da Venezuela dos últimos dias, a mídia nacional brasileira provocou no cidadão mais antenado com seu mundo e com seu tempo, uma espécie de asco e, agora, depois da derrota de Chaves no plebiscito, que definiria se ele poderia ou não se reeleger indefinidamente, pudemos realmente entender como essa mídia, ora tagarela uma coisa e a usa para atacar um oponente, ora esconde outra, para acabar de vez com a verdade.

No caso do presidente Chaves, ofendido pelo rei da Espanha, que está no poder indefinidamente e o conseguiu por meios ilícitos e não populares, a mídia o defendeu com unhas e dentes. Um rei-ditador mandando calar a boca um chefe de estado legitimamente eleito pelo seu povo. E a mídia ainda o defende.

Aos olhos da mídia, o rei-ditador sim, esse sim poderá ficar indefinidamente no poder, mesmo que não eleito pela população, mas, ao contrário, o Chaves, o chato, aquele que privatizou os bens de seu país, que devolveu empresas, dinheiro e dignidade aos seus cidadãos, que enfrenta os absurdos da era Bush, esse não, esse não pode ser presidente quantas vezes o povo quiser. Está proibido. Aos olhos da mídia isso não seria bom, não seria justo, não seria correto.
Fica aqui então declarado a partir de hoje, que a mídia não gosta de presidentes eleitos, apenas de reis-ditadores.

sábado, 1 de dezembro de 2007

A Mídia, a Arte e a Guerra


Essa semana a mídia aproveitou a idéia fantástica de um jovem designer carioca para enterrar de vez a noção crítica do cidadão e, para ser mais exato, a noção de arte e sua função na sociedade.


Em meio a uma avalanche de opiniões contrárias que vão, desde a do secretário de segurança do Rio de Janeiro até o seu Manoel da padaria, o jogo "War In Rio", criado por Fábio Lopes, foi a coqueluche da semana.


O que não ficou bem explicado pela imprensa e pela mídia em geral é, porque um simples jogo, cujas regras foram baseadas na violência dos diversos grupos que brigam pelo poder nas áreas pobres e suburbanas do Rio de Janeiro, causou tanta comoção.


Seria simples explicar que, mesmo que o designer ache que seu jogo foi apenas uma brincadeira de mau gosto, trata-se mais do que isso. Trata-se de arte. Sim, isso mesmo - trata-se de arte.
A arte é assim mesmo. A arte é teimosa, turrona e mal educada com os absurdos. Não admite ser enganada. Não tem medo de reações. Aliás, a arte adora reações.


O que está acontecendo nesse país é que o cidadão comum já não reconhece a arte. Está envolvido com o entretenimento até o pescoço e com a idéia de que entretenimento é arte. Quando então a arte aparece, ele já não a reconhece.


Existe uma diferença fundamental entre arte e entretenimento. Enquanto o entretenimento faz apenas isso, ou seja, entreter, ludibriar os sentidos, enganar. A arte, pelo contrário, desperta, faz os sentidos, a mente e o espírito acordarem. Mostra novos caminhos, novos conceitos, altera paradigmas.


O jogo do designer Fábio Lopes não é apenas um jogo, mas um objeto de arte. Por essa razão causou tanta discussão e polêmica. Ao colocar num tabuleiro qualquer os personagens da famigerada guerra civil carioca, o designer materializou o sentimento e deu luz à consciência de milhares, senão milhões de pessoas no país. O jogo não é apenas um objeto de design. O jogo é uma obra de arte que ressalta a banalização da vida dessa pobre gente que vive vilipendiada por um poder público inócuo, assim como inócuos são seus representantes. E também, pelas facções, todas elas bandidas, que se aproveitaram do vácuo de atenção deixado por esse mesmo estado.

Além disso, o jogo do designer coloca uma outra questão, também não menos séria, que é a da definição do que podemos ou não expressar. Claro que o secretário de segurança pública do Rio de Janeiro se sentiu perturbado. Falou até em apologia ao crime. Como se o jogo, no caso, a meu ver, a obra de arte, fosse levar mais corrupção, milícias e traficantes para os morros do Rio. O que fica bem claro então, é que num país onde existe uma ditadura da informação e do entretenimento, fazer arte, se expressar genialmente, pode virar até crime. Isso é um grande perigo. O maior de todos.

Existe uma história muito interessante sobre Picasso.

Dizem que depois de ter pintado Guernica, recebeu a visita de um oficial nazista em seu atelier. O oficial passou cuidadosamente os olhos sobre a obra do mestre, que retratava os horrores do bombardeio da força aérea e exército do generalíssimo Franco sobre a população civil da cidade de Guernica, na Espanha, com o apoio de Hitler. Passou os olhos, andou de lá para cá e daqui para lá, enfim, com olhar inquisidor, dirigiu-se a Picasso e disse:

- Foi você quem fez isso?

E Picasso, com seu humor sarcástico de artista vivo e genial lhe respondeu:

- Não, foram vocês!

Agora fiquei sabendo por que as galerias de arte desse país estão cheias de lixo, de vazio, de arte morta. É porque estamos assistindo, há mais de uma geração, ao poder do entretenimento.


Arte é coisa séria. Artistas de verdade foram perseguidos em todas as épocas. Suas idéias sempre foram perigosas. Sempre alertaram, iluminaram o que estava escuro, escondido nas entranhas do poder e da maldade.


Agora eu sei também porque a lei Rouanet é tão perversa. Essa lei de incentivo, criada na era Collor, visa apenas ao entretenimento e não à arte. Jogou a decisão do mecenato nas mãos de marqueteiros de grandes empresas, que não estão nem aí para a cultura do país, mas estão muito aí para o marketing das empresas as quais representam.


Por exemplo, se eu fizer um filme, uma série de quadros, um peça, um musical, uma coreografia, ou o que for, falando sobre a derrama de óleo na Bahia de Guanabara, será que vou ter patrocínio da Petrobrás?

Duvido!

Ficam aí então as perguntas:

Onde está a arte do país?

Porque tanto entretenimento?

A quem serve essa lei Rouanet?

Posso fazer arte tranquilamente? Não vou ser punido por isso?

Parece um imbróglio esse texto, mas não tem jeito.

Uma discussão acaba levando à outra.

Tudo está interligado.

A vida é assim e a arte sabe disso.

Tomara que nossos artistas também.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Por favor, não nos confunda dona mídia


Qual é a melhor maneira de se conseguir o poder dentro de uma sociedade?

Confundindo as cabeças e criando a dúvida!


É isso o que os meios de comunicação do país estão querendo fazer conosco. Querem ver uma coisa?


No caso da garota que ficou presa numa cela com 20 homens no Pará, não importa se na ocasião ela seria ou não menor de idade. A discussão não tem que seguir por esse caminho. O que está na lei para todo mundo ver é que é proibido cidadãos de sexos diferentes serem encarcerados num mesmo espaço. É isso, só isso.


Não tem essa conversa de se é menor de idade ou não. Se for menor vai para a fundação casa, seja homem ou mulher. Mas isso não vem ao caso nesse caso.


Parem de confundir a população senhores da mídia. O que vem ao caso é que essa menina ficou durante algum tempo servindo sexualmente um bando de marginais, que soltos, já são um perigo para a sociedade, e isso com aval das autoridades. Se ela tem quinze, vinte, trinta oi oitenta anos, isso não faz a menor diferença. O crime é o mesmo. Claro que sendo menor tem um agravante - o crime é bem pior, mas a dona mídia prefere usar a maioridade ou não da menina para nos distrair, nos tirar do verdadeiro cerne do asunto, que é uma mulher presa no meio de mais de 20 homens.


Também não importa se ela cometeu um crime assim ou assado. Se cometeu, tem que pagar, mas não pode passar pela humilhação e assédio por qual passou. Não pode pagar seu delito servindo de gueixa a esses crápulas. Nesse caso ela é a vítima de um crime muito sério, que expõe com clareza a face perversa da polícia, da justiça, da política e do sistema carcerário no Brasil.
Acho inclusive que esses caras que dividiram a cela com a menina, tinham também que ser acusados, juntamente com a juíza, policiais e delegados omissos e quem mais participou dessa "festa", tinham que ser processados pelo estado como estrupadores. Isso mesmo. Essa gente devia ser indiciada pelo ministério público como estrupadores, cafetinas, etc.


Já pensou cidadão, se sua filha é presa com um pouquinho de maconha na bolsinha, e, enquanto aguarda a sentença, fica à disposição dos caras na curriola? O senhor iria gostar? Claro que não! Isso é um absurdo! Tenho até medo de pensar o que anda acontecendo por esse país afora e a gente não fica sabendo. Sim, porque a nossa imprensa está afogada até o pescoço com esses bandidos de todas as laias. Não vê o nosso amigo Mesquita, que é réu confesso e anda solto por aí? Anda solto porque sabe muito. Se for preso abre a boca e conta tudo que viu durante anos dentro do seu jornal e não contou pra ninguém.


Senhora mídia, pare de confundir o cidadão desse país. Não desvia o assunto. Conta a verdade sem distorcer os fatos. Não seja cúmplice dessa gente malvada. Não somos idiotas!


domingo, 25 de novembro de 2007

Eu Não Quero Ser Chinês!


Se a imprensa nacional nos desse a possibilidade de saber realmente o que acontece com os nossos irmãos chineses e sobre a economia e política que os controlam, jamais compraríamos as porcarias que vem de lá.

Isso porque a China, esse gigante que cresce mais de 10% todos os anos, conseguiu juntar o pior do capitalismo com o pior do comunismo.

Por que vocês acham que esse país cresce tanto e tão vertiginosamente? Porque, é claro, lá as pessoas não são pessoas, mas escravos de um sistema horripilante de manipulação, segregação e pobreza.

O que mais me incomoda é que a mídia brasileira, acompanhando a tendência mundial que vê na China nosso modelo econômico, esconde as verdadeiras conseqüências do que se planta por lá. Claro, não são bobos os senhores poderosos. Alguém um dia pensou o seguinte: em vez de criticar a China pelos maus tratos à população, vamos tomá-la como modelo e transformar todo mundo em chinês; dá mais lucro!

Você, por exemplo, compraria um produto sabendo que ele foi fabricado por alguém que trabalhou doze horas por dia para ganhar trinta dólares em um mês? Você compraria esse produto mesmo sabendo que dessa forma ele está roubando seu emprego aqui no Brasil?

Pois é exatamente isso que está acontecendo.

Em vez de povos, ditos democráticos, denunciarem as más condições de vida daquela gente sofredora, resolveram dizer que os caras estão por cima. Que estão caminhando para um futuro grandioso. Será mesmo que uma nação que tem atualmente mais de oitenta por cento de seus rios contaminados, dois terços de seu território em estado de pré-desertificação, que não está nem aí para o meio ambiente e que transformou seu povo em escravo tem futuro? É óbvio que não, mas estão crescendo 10% ao ano. Isso é o que importa. Além do mais, estão dizendo ao mundo todo que, se os trabalhadores (escravos) chineses podem viver com trinta dólares por mês, por que o resto do mundo também não pode? Se você fosse um megaempresário ou o presidente de um grande conglomerado que só visa o lucro, não ia gostar da idéia?

Pois bem, eu não quero ser chinês!


sábado, 24 de novembro de 2007

A Erotização Como Solução Para a Educação


Mais uma vez a rede Bobo de televisão lança uma moda voltada nos moldes do submundo da prostituição e do crime.


Essa apologia ao que é incorreto para fazê-lo parecer correto e normal é uma forma bastante comum da emissora entreter e educar seus espectadores. Desde há muito tempo as novelas da emissora apoiam a prostituição ou tentam fazer com que essa atividade seja uma coisa inofensiva.


Quem é que nunca assistiu uma novelinha qualquer onde a dona do prostíbulo era a mãezona carinhosa, sempre disposta a defender suas meninas, a ensinar o "bom caminho", dar "conselhos de vida" etc. e tal.


Quem é que não lembra também da rainha dos baixinhos dançando o bonde do Tigrão, ensinando as criancinhas a pegar uma cachorra, gostar de popozuda e saber que já tá tudo dominado?


Agora na telinha, a senhora, dona de casa, ou mesmo sua filha adolescente, pode aprender um pouco da pole dance. Isso mesmo, a pole dance, aquela dança que seu marido ou o namorado, noivo da sua filha, podem encontrar em qualquer cada de prostituição "séria" de todo o páis. A pole dance agora é moda. A Globo é responsável por isso também. Quem bom não é mesmo?


Acho até importante essa discussão justamente agora, já que querem transformar a atividade de vender o corpo em profissão comum. Já estou até pensando em montar um curso de formação técnica e outro de graduação para profissionais do sexo. Tenho certeza que as meninas desse país terão um futuro brilhante sendo prostitutas. Já estou até vendo a formatura da 1a. turma. Repleta de país e mães orgulhosas da profissão dignificante escolhida por suas filhas. Imagino também um político qualquer fazendo o discurso de paraninfo. Quem sabe até a primeira dama poderia ser a paraninfa da 1a. turma.


De qualquer forma, acho que podemos esperar um futuro brilhante para o país. De gente sem preconceitos. Já pensou minha senhora, a sua filha dançando uma pole na festa de quinze anos! Os garotos todos em volta, gritando "vamos queimar esse bifinho tesãozinho". Que legal. Que país alegre esse o nosso.


O que me deixa realmente preocupado é não ter certeza de que esse tipo de "investimento", ou é fruto da moral e da ética das pessoas que fazem televisão nesse país, ou é outra coisa ainda mais séria. Uma espécie de lavagem cerebral macabra, onde o que importa realmente é arruinar o senso crítico das futuras gerações, afirmando diariamente que aquilo que não presta é o normal. Se estão fazendo isso com esse intuíto, provavelmente as próximas gerações poderão achar normal muitas outras coisas e, de certa forma, não se levantarão contra os absurdos do poder. Suas vidas poderão futuramente se pautar numa coisa chamada amoralidade. Isso mesmo - amoralidade. Um ser amoral é aquele que carece de moral, ou de senso de moral. Aquele que não está de acordo nem contra qualquer moral. Simplesmente seu senso de certo e errado vive em estado vegetativo.


Um mundo realmente feliz nos espera!


domingo, 18 de novembro de 2007

Da Burrice de Quem se Apega ao Velho


Com o título "Japão retoma caça à baleia proibida há 44 anos" o jornal eletrônico da BBC no Brasil, nos informa que os japoneses vão retornar à caça de baleias em seu mar territórial. Uma quebra na moratória de 44 anos da atividade por parte daquele país.


Segundo ainda o jornal, os japoneses querem caçar aproximadamente 1000 (mil) baleias - isso mesmo - 1000 (mil) baleias, para fins científicos. Ou seja, todos os laboratórios do país vão ter que a partir de agora fazer pesquisas apenas com baleias.


Segundo ainda as autoridades japonesas "a caça permite que biologistas marinhos estudem os órgãos internos dos animais" e que a carne das baleias caçadas com fins científicos é vendida comercialmente, mas as autoridades japonesas negam que a expedição tenha o objetivo de obter lucro.


Sim, claro, vamos caçar umas mil baleias, fazer análises e experiências no bichinho morto e depois vender a carne, mas ninguém está pensando no lucro. Vai ver que estão pensando no bem das baleias.


A BBC ainda nos informa que o o governo japonês alega que a caça à baleia é uma tradição antiga do país e vem tentando reverter a moratória, sem sucesso, junto à Comissão Internacional da Caça à Baleia.


Acho que a mídia, que fala muito pouco sobre o assunto, devia trazer à tona com mais perspicácia o que significa essa posição do governo japonês frente às discussões da matança, extinção de animais e das mudanças climáticas. É quse inceitável essa atitude do governo japonês. Será esse discurso de tradição apenas uma desculpa para o lucro?
Será que uma tradição vale mais do que o futuro?


Espero que não!

sábado, 17 de novembro de 2007

O Rei Pediu e a Imprensa se Calou



Quem não acompanhou nos noticiários dessa semana passada a propaganda maliciosa da imprensa contra o presidente da venezuela, Hugo Chaves?



Propaganda maliciosa que é feita diariamente nos meios de comunicação do país, mas que aumentou consideravelmente com o "cala a boca" do rei.



Muito se repetiu na mídia do país o "porque não te calas" do monarca, à título de mostrar e provar como o presidente eleito da Venezuela é chato e mal educado. Tem até toque de celular com a frase, que no meu entender é comprado por gente que não entende nada de nada.



O que a mídia esqueceu de dizer é que, mesmo sendo chato, Hugo Chaves foi eleito pela maioria de seu povo e o rei não. Esqueceu também de dizer que a república espanhola foi consquistada por uma revolução facista que restaurou a monarquia. Depois que o generalíssimo franco bateu as botas o rei Juan Carlos foi coroado e não queria muito a redemocratização de seu país.



Mas para a mídia valia mais a pena coroar novamente o rei do que dizer que Chaves estava certo quando chamou Aznar de também facista.



O que poderia ser interessante em casos assim, seria a mídia mostrar a história como ela é. Contar a verdade sobre o rei. Rei é rei. Não tem nada a ver com democracia. Rei no mundo de hoje é um fantoche moderno inventado para dar um pouco de sustentação ao poder. Para os súditos pensarem que sempre haverá alguém que os proteja.



A mídia também devia ter perguntado a Zapatero, que defendeu Aznar com unhas e dentes, se mesmo sendo eleito pela maioria da população espanhola, o antigo primeiro ministro teria direito de ajudar a tramar a derrubada de um governo fora de suas fronteiras. E também quais os motivos que o levariam a ter feito isso. Porque quem conhece o episódio já sabe que isso está mais que provado.



Mesmo achando que Chaves tem o mesmo perfil de gente que pensa como ele. Que também quer se eternizar no poder, ainda acho que não se pode contar a história do jeito que está sendo contada.



Pois é. Ficam questões no ar. Inclusive aquelas que levantam a hipótese de que a mídia não está contando a verdade. Não está comprometida com a verdade porque já está comprometida com alguém(s) ou alguma(s) outra(s) coisa(s). Com quem ou o que será?

O grande irmão e o grande inimigo


Devemos a partir de agora ter muita cautela em nossos julgamentos quando lermos notícias sobre as mudanças climáticas. As mídias internacional e local querem nos confundir através de frases de efeitos.



Essas frases, como a que o Cosmo on line de Campinas publicou essa manhã, e que mais desinforma do que informa, que “Os especialistas do IPCC, Prêmio Nobel da Paz 2007 junto com o ex-vice-presidente americano Al Gore, estão reunidos em Valência desde segunda-feira para aprovar e apresentar seu quarto e último relatório sobre as mudanças climáticas do planeta, que servirá para orientar as decisões internacionais quanto à luta contra este fenômeno”.



Através de textos e histórias desse tipo, tentam nos fazer acreditar que essas mudanças são o nosso novo inimigo. Deveria ficar claro que nosso inimigo somos nós mesmos, com nosso consumismo exacerbado, nosso egoísmo e nossa falta de atenção aos problemas urgentes do planeta. Problemas esses que vão desde o estúpido acúmulo de riquezas, como também o de problemas sociais gravíssimos causados por nossa falta de amor.



As mudanças climáticas não são o “inimigo”, mas o fruto de nossas ações. Não podemos lutar contra esse inimigo tão poderoso, mas amenizar os sofrimentos dos que vivem à margem da sociedade. Nos momentos de caos que estão para vir, iremos observar que populações de países onde as diferenças sociais são muito grandes; onde as pessoas já estão abandonadas há tempos, nesses países e regiões será muito mais difícil encontrar soluções rápidas para o que foi esquecido e deixado de lado em muitos anos de roubos e corrupção. Tudo virá à tona, então vamos entender o verdadeiro desastre que se abateu sobre nós. Saberemos as verdadeiras causas de tantos tormentos. A mídia já não está conseguindo esconder a urgência do problema e suas conseqüências. Daqui para frente ficará cada vez mais difícil esconder que os políticos, sejam eles de qualquer lugar, há muito tempo abandonaram seus povos e suas missões e, a mídia dos jornais e das TVs e seus donos e dirigentes, sempre de braços dados com os poderosos, ficará conhecida no futuro como o instrumento dessas tenebrosas ações.


domingo, 21 de outubro de 2007

Por favor, não toquem o hino nacional...


É de lamentar a posição da mídia quando se trata de escangalhar nosso frágil senso de patriotismo.

Na verdade, parece até que existe uma conspiração para humilhar a nós brasileiros. Tirar da nossa cultura os valores de civismo e respeito ao Brasil como nação, como pátria, como berço cultural e histórico. Podar nossas raízes. Talvez assim, fique bem mais fácil dominar o que resta para ser dominado, usurpar o que ainda está em nossas maõs.

A dignidade é uma dessa coisas valiosas que podem ser espezinhadas e subtraídas de um povo sem que ele perceba. A mídia é o meio e está conduzindo isso de maneira bastante clara aqui em nosso país.

Como ela faz isso? É simples, ela cria em nossos jovens o sentimento de que o que vale mais na vida é vencer, não importa como. Que o mercado e as empresas são coisas mais importantes que uma nação. Que, segundo esse princípio, as nações é que estão aí para servir de apoio às empresas.

Querem ver na prática como isso é feito?

É fácil, basta assistir uma dessas corridas de fórmula I. Uma dessas como a que aconteceu nesse domingo, quando descaradamente o "nosso" piloto brasileiro Felipe Massa, numa estratégia inteligente da equipe Ferrari, sai atrás do seu companheiro de equipe, o piloto Kimi Raikkonen, depois de entrar pela última vez nos boxes. Kimi venceu a corrida e se tornou o campeão da temporada.

Até aí tudo bem não é mesmo? São pilotos da mesma equipe, e se o Felipe vencesse a corrida e o Kimi ficasse em segundo, o campeão da temporada seria Fernando Alonso, da MacLaren. Aquela equipe que fez espionagem mas não foi expulsa do campeonato para não estragar a festa.

Não vemos nada de errado até aí, a não ser por um detalhe quase insignificante. É que a fórmula I é considerada esporte, e no final da prova, toca-se o hino nacional do país do piloto vencedor.

Aí não dá para entender direito essa coisa. Se a fórmula I é um esporte, como é que um esportista deixa o outro ganhar, ou se submete a ser o segundo, se ele representa seu país na competição? Se ele representa seu povo? Sua história e cultura?

Bem amigos da Rede Globo, acho que estamos assistindo ao que poderíamos defenir como "a derrocada dos princípios de nação em prol dos princípios do dinheiro".

Fica bastante claro que a mídia não está exercendo sua função de aglutinadora de uma cultura nacional, mas apenas agindo como se tudo isso fosse uma coisa normal. Ou seja, esportistas podem vender a honra de seu povo e nação em troca de um lugarzinho qualquer dentro de uma empresa.

Lugarzinho sim, porque foi exatamente isso que o Rubinho Barriquello fez da primeira vez quando tirou o pé do acelerador e deixou o alemão passar. Depois disso fiquei com nojo de fórmula I. Acho mesmo que muita gente, de todo lugar do mundo, que tem um pouquinho de vergonha na cara, também ficou.

Não me importo se o Rubinho quer ser o segundinho para o resto da vida. Ou se o Felipe tem medo de perder o emprego. Mas por favor, na próxima temporada, não toquem o hino nacional. Toquem apenas o hino estúpido da Ferrari.

Deixem pelo menos a gente continuar pensando que os caras que colocam o pé no freio não estão traindo seu país, sua história, sua honra.

Toquem o hino da Ferrari, já vai ser de bom tamanho. Tanto para quem perde seu tempo achando que na fórmula I existe competição e que essa competição é algo sério, como para nós, que ficamos envergonhados quando um de nossos cidadãos vende seu país, seu hino e a ética dos mais jovens.

Por favor, não toquem o hino nacional...



segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Filhos da Orfandade


Já faz algum tempo que temos lido e assistido em jornais e TVs de todo o país sobre o aumento do abandono de bebês no Brasil.

Na grande maioria mães e pais adolescentes, acabados de sair da puberdade, e que, como muitos alegam, por fata de recursos, vendem ou abandonam seus bebês.

Para muitos essa crise é coisa do fim do mundo, mas a mim me parece que essa crise já estava na lista de muitas outras anunciadas e de tantas outras que ainda vão rolar; aguardam apenas o seu tempo.

Sim, porque nada do que está acontecendo agora é fruto do acaso. Tudo foi plantado um dia antes, uma década antes, ou sei lá. Um dia foi plantado.

Se o cidadão que acessa esse blog prestar bem atenção, não ao que a mídia tagarela diariamente, mas à realidade do país, aquela que pode ser vista sem a lente da mentira, então, se o cidadão prestar atenção, vai notar que mesmo que o presidente, o senador, o prefeito, o vereador ou qualquer outro tão ou menos brasileiro como nós que aparecer na TV, no rádio ou nos jornais, e disser que a coisa vai indo muito bem, que estamos crecendo, ficando mais ricos, com mais empregos etc .e tal. Se o cidadão prestar bem atenção nas ruas, na sua casa, na sua cidade, vai ver que tudo não passa de sugestão.

Somos seres sugestionáveis por natureza. Se alguém repete todo dia alguma coisa a gente acaba acreditando. O nazismo foi feito assim. À base de marteladas. Todo dia algum nazista ia para o rádio, para a escola, para o clube, etc. e ficava martelando que judeu não era gente. Deu no que deu.

Isso está acontecendo com a gente. Todo dia vem alguém e diz que tudo está legal, que nunca estivemos tão bem, e a gente vai acreditando, se cegando. Passamos a acreditar numa realidade que não existe. Ficamos como essa gente que corre atrás do ator de TV na rua só porque ele faz o papel do malvado na novela. Confundimos ficção com realidade.

Bem, voltando ao assunto dos bebês abandonados. Se o cidadão prestar bem atenção, vai notar que cada dia que passa, mais bebês estão sendo abandonados nas esquinas e nos esgotos, por gente jovem que diz que não tem meios de criá-los.

Se a coisa vai indo tão bem como nos conta a mídia desse país, porque tudo o mais está tão mal?

O que vai bem então?

Não é possível que exista um vírus no ar, uma bactéria, que esteja assolando nossos jovens casais e forçando-os a abandonarem ou venderem seus bebês. Isso é impossível!

O que o cidadão vai perceber realmente, se prestar bem atenção, é que nossa sociedade está desestruturada. Nossas famílias estão desestruturadas. Nossa ética atual é a do Big Brother Brasil.

Vai perceber, mesmo que digam que a coisa vai bem, que a realidade é diferente, vai perceber uma outra bem mais real.


Acorda!

Saí desse sono hipnótico!

A vida é muito mais que um carro do ano!




terça-feira, 9 de outubro de 2007

Ainda o caso Madeleine


Hoje novamente fomos bombardeados pelas notícias do desaparecimento da menina inglesa Madeleine.


Na folha on line, com o título "Polícia diz que havia mais crianças no quarto de Madeleine" - inclusive é preciso corrigir a palavra havia por haviam - somos informados que "a polícia portuguesa diz acreditar que havia mais crianças no quarto de hotel em praia da Luz, no sul de Portugal, onde Madeleine McCann, 4, desapareceu na noite do dia 3 de maio." - o erro de concordância continua na palavra "havia".


Não sei quantas crianças haviam no quarto de hotel no período em que o casal McCann estava hospedado e a tragédia consolidou-se, mas pode ser que esse mesmo quarto de hotel já tenha um dia recebido algumas crianças. Isso é mais do que obvio!


Me lembrei daquela piada que conta que um avião de passageiros da TAP havia caído sobre um cemitério em Lisboa. Durante as buscas, os policiais acharam mais de três mil e quinhentos corpos, alguns inclusive em avançado estado de deterioração e cada vez que procuravam achavam mais.


"Sem comentários"

domingo, 30 de setembro de 2007

A Democracia que a mídia não vê


Quer fazer um teste para ver se as pessoas sabem mesmo o que acontece dentro de uma democracia estilo a do Brasil?



Faça a seguinte pergunta para quem você quiser:



Se você fosse a FEBRABAN - Federação Brasileira dos Bancos - quais partidos ou políticos você apoiaria nas próximas eleições?



Aposto com você que todas as pessoas vão parar para pensar e logo em seguida chutar o nome de um partido ou de uma meia dúzia de políticos. Sabe por que? Porque a maioria ignora em que tipo de democracia a gente vive aqui no Brasil, o que é claro, não é nada diferente de muitas outras democracias lá de fora.



Veja a ingenuidade das pessoas. Sinta porque somos tão explorados.



Se você tivesse ns mãos cerca de 500 bilhões de reais (metade dos lucros que os bancos tiveram nos últimos anos) você poderia apoiar (o que significa comprar) todos os partidos e seus políticos de primeiro escalão.



Isso também significa que quando eu, você e o vizinho da esquina vamos para as urnas votar, a coisa já está combinada, já está vendida. Não temos nenhuma chance de escolher realmente alguém que vá cuidar dos nossos interesses. Os nossos interesses não pagam os caixas dois de campanha dos partidos, não pagam propinas para "fabricação" de leis, não pagam presentinhos para os políticos e seus familiares, etc.



Entendeu agora como é que funciona a coisa mané?



Quando você vai para as urnas, as eleições já estão ganhas para a FEBRABAN, independentemente do partido que sair vencedor. Nós somos os únicos perdedores, os otários que acreditamos que nosso voto serve para alguma coisa.



Qual então a responsabilidade da mídia no caso?



Toda, é claro!



Ou você acha que os grandes jornais, revistas, rádios e redes de televisões (a maioria desses últimos nas mãos de políticos de carreira) não sabem que isso sempre acontece?



Enquanto isso, a maioria da população, incluindo aí o que podemos chamar de população "culta", com grau de instrução superior, bom emprego, casa na praia, etc., acredita realmente que o voto no Brasil serve para alguma porcaria.



Tem gente ainda que pensa que são os partidos e os políticos que governam o país. Bom, tem gente para tudo nesse mundo.




terça-feira, 25 de setembro de 2007

O etanol já é besteirol


Quando a gente lê os jornais e assiste a telinha, dá a impressão que realmente o etanol é a solução de energia do futuro.



Ninguém, por exemplo, fica sabendo que para produzir todo o etanol que o presidente Lula está querendo vender lá fora, vamos ter que derrubar milhões de hectares de florestas.



Parece que o etanol também vai ser a nossa salvação econômica. Claro que não contam pra gente que se entrarmos no século XXI como plantadores de cana, lá para a frente vai ser difícil ser outra coisa. E quando ninguém quiser comprar mais o nosso etanol, quando aqueles que, em vez de plantar cana, e que resolveram investir em tecnologia de ponta, descobrirem outras formas de energia muito mais limpa e barata (e isso já está acontecendo), não vamos saber em que planeta estamos e aí teremos que começar tudo de novo, claro que com os nossos usineiros já muito cheios da grana. Talvez eles resolvam até morar num país melhor.



O problema da etanol não é apenas um problema de visão política e econômica, é um problema de miopia, ganância e mídia. A mídia não discute o assunto com profundidade e a população não fica sabendo que isso não é apenas uma questão política ou econômica, mas de ciência e estratégia.



Miopia e ganância, também porque aqueles que querem lucro rápido estão se lixando para o futuro do país e das próximas gerações. Sempre foi assim com esses caras.



O que não dá para entender, é que a mídia resolveu apostar que presidente da república serve para isso mesmo. Serve para ser representante comercial de meia dúzia de interesses. Achei que quando eu votasse num presidente, ele estaria mais preocupado com assuntos de interesse da população e não dos usineiros e macro empresários.



Achei por exemplo que o presidente iria viajar para trazer novas soluções para a saúde, educação, cultura, etc. Mas o presidente só viaja para discutir etanol!



A mídia está fazendo o seu papel. Apoiando esses interesses e escondendo o que há de mais novo em questão de pesquisa tecnológica para a geração de energia limpa.



Aposto aqui que vocês nunca viram nem nos jornais eletrônicos, nem nos convencionais e nem na telinha, alguém aludir às pesquisas com motores magnéticos.



Vocês sabem o que é isso?



É uma forma de geração perpétua de energia através de sistemas de repulsão magnética, que serve tanto para mover motores como para impulsionar trens, máquinas, etc.



Alguns países, como o Japão, Áustria e Alemanha já estão apostando nessa nova tecnologia, que irá revolucionar o nosso mundo. Enquanto isso, vamos plantando cana!



Quem quiser saber como funciona essa tecnologia, pode dar uma olhada no vídeo que está no endereço http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/videos/Motormagneticorevolucionario.wmv



Tem muita coisa sobre essas pesquisas no Youtube.



Basta pesquisar com o termo "magnet motor".



Quem sabe alguém da mídia dá uma passada por lá e resolve saber do que se trata.



Cuidado hein! Quem prega a burrice acaba ficando burro!

domingo, 23 de setembro de 2007

A Imprensa Maria vai com as outras


Quem é que não ouviu falar nesses últimos meses, nos diversos veículos de comunicação brasileiros, pelo menos uma vez por dia, sobre o caso do desaparecimento misterioso em Portugal, da menina inglesa Madeleine MacCan?

Uma enchurrada de informação diária e repetida até o cansaço dos leitores e espectadores da telinha.

Não que a informação não seja importante e não provoque em todos nós aquele sentimento de compartilhamento com as dores dos pais, não é isso. O que quero alertar é que a imprensa brasileira, atrás do sucesso e do lucro, repete incessantemente, como uma matraca, a mídia internacional, afastando os brasileiros de outras notícias muito mais importantes e próximas à nossa realidade.

O fato é que se a imprensa fosse falar de todas as "Madaleines" que temos desaparecidas no Brasil, não haveria espaço para mais nada nas televisões e jornais.

Segundo a ong Ciranda - Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência, endereço: http://www.ciranda.org.br/2004/prioridadefull.php?mode=ver&id=286 , o número de crianças desaparecidas cresceu 311% entre 2003 e 2006 no Brasil.

De acordo ainda com a Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos (Redespar), em torno de 40 mil crianças desaparecem anualmente no Brasil. A maioria dos casos tem solução rápida, no entanto, de 10 a 15% das crianças continuam desaparecidas por muito tempo.

A mídia então, finge que está fazendo seu papel social. Para quem assiste a telinha e lê os jornais na mídia eletrônica, fica a sensação de que ela, a mídia, se preocupa muito com as crianças desaparecidas de dentro e de fora do país.

Uma ova! Ela só se preocupa se isso der algum lucro, se for um caso em que ela possa atrair a atenção da população e fazer o leitor ou espectador ficar colado na programação, e por conseguinte, nos intervalos comerciais.

A mídia consegue desinformar o cidadão e, ao mesmo tempo, ser uma espécie mórbida de urubu da notícia, lucrando em cima da desgraça alheia.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Quando não há o que comemorar...fica-se em silêncio


Nada!

Isso mesmo, nada!

Passei em revista os principais jornais eletrônicos do país e nada!

Nenhuma palavra sobre o que significa o 7 de setembro. Nada!

Coincidência? Duvido!

Será que os nossos jornalistas estão fazendo jornal para quem já sabe de tudo?

E os mais jovens, onde ficam?

Mas também, quem é que vai ter coragem de contar aos mais jovens a história real da nossa tão mentirosa "independência"?

Quem é que vai querer contar aos mais jovens que a nossa dívida pública é tão grande, devemos tanto aos banqueiros de fora e daqui, que ela já se tornou praticamente impagável?

Quem é que vai dizer a esses jovens, que a nossa independência vai ter que esperar ainda uns 50 anos para que não tenhamos mais miseráveis recebendo esmolas do governo?

Quem é que vai querer estragar a festa e contar para a galera, pros mano, que mesmo depois de formados numa faculdade, vão ganhar menos de um quarto do que seus pais ganhavam a 20 anos atrás.

Quem é por exemplo, que vai querer contrariar a história e mostrar, que o Tiradentes, aquele cara que morreu enforcado antes de D. Pedro, porque queria a indepência do Brasil. Quem é que vai querer contar pra essa gente nova, que ele morreu porque achava um absurdo a coroa portuguesa cobrar 20% de impostos sobre o nosso ouro, e que hoje, aqui nesse mesmo lugar, a gente paga mais de 50% por ano?

Quem é que vai querer dizer pra essa gente que está chegando agora, que na década de 70, mesmo sob o regime militar, a gente tinha muito mais liberdade e "independência" do que tem hoje. A gente se divertia mais, não existia em nós o sentimento de medo generalizado que as pessoas carregam atualmente. A gente andava à pé de madrugada pelas ruas, íamos em festas na casa de gente que a gente nem conhecia e éramos recebidos com gentileza. Éramos mais livres, mais felizes, mais humanos.

Quem é que vai contar direitinho a história que não se conta mais, de que a gente é muito mais escravo hoje da economia globalizada do que éramos 30 anos atrás?

Quem é que vai se atrever a contar para quem ainda não sabe, que todo o ouro que retiraram de serra pelada e de outras minas, como desde o início da história desse país, foi embora para outras terras, deixando aqui apenas aquela paisagem mórbida, esburacada, de fim de orgia?

Quem é que vai ter a coragem de comemorar a libertação de uma terra que ainda não veio?

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

A hipocrisia que a mídia não vê e ainda nos esconde


Com o título "Prefeitura de São Paulo Interdita Café Milenium", o G1 - Portal Globo de Notícias - nos informa que a "O Café Millenium, boate da região central de São Paulo, foi interditado na noite desta quinta-feira (30), após operação que contou com agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, representantes do Ministério Público (MP) e funcionários da prefeitura".


Tal interdição, ainda segundo o jornal, veio a pedido do Ministério Público, sob o argumento que o estabelecimento favorece à prostituição.


Pois bem, é preciso também avisar ao Ministério Público paulista e a imprensa brasileira que é preciso também interditar o Ministério do Trabalho e Emprego, pois o mesmo incluiu na CBO - Classificação Brasileira de Ocupações, a acupação no. 5198 - Profissionais do sexo, favorecendo dessa forma, a prostituição no Brasil.


A CBO, segundo consta em seu site, é o documento que reconhece, nomeia e codifica os títulos e descreve as características das ocupações do mercado de trabalho brasileiro. Sua atualização e modernização se devem às profundas mudanças ocorridas no cenário cultural, econômico e social do País nos últimos anos, implicando alterações estruturais no mercado de trabalho.


E é isso que não dá para entender, e nem ao menos somos levados pela mídia e pelo governo a ententer que, se a CBO, que nomeia e codifica os títulos e descreve as características das ocupações do mercado de trabalho brasileiro, incluiu em sua listagem a prostituição como profissão, porque fechar e lacrar o hotel que gerava emprego?


Para se ter uma idéia de como a CBO define essa atividade profissional, basta dar uma olhada na descrição sumária da profissão, onde está escrito que esses e essas profissionais "Batalham programas sexuais em locais privados, vias públicas e garimpos; atendem e acompanham clientes homens e mulheres, de orientações sexuais diversas; administram orçamentos individuais e familiares; promovem a organização da categoria. Realizam ações educativas no campo da sexualidade; propagandeiam os serviços prestados. As atividades são exercidas seguindo normas e procedimentos que minimizam as vulnerabilidades da profissão".


E ainda, em "condições gerais do exercício", podemos ler que "Trabalham por conta própria, na rua, em bares, boates, hotéis, porto, rodovias e em garimpos. Atuam em ambientes a céu aberto, fechados e em veículos, em horários irregulares. No exercício de algumas das atividades podem estar expostos à inalação de gases de veículos, a intempéries, a poluição sonora e a discriminação social. Há ainda riscos de contágios de DST, e maus-tratos, violência de rua e morte".


Bem, quem quiser aproveitar, pode ver a descrição toda no link http://www.mtecbo.gov.br/busca/condicoes.asp?codigo=5198 site da CBO, no portal do MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO DO GOVERNO FEDERAL.


Fica aqui então a pergunta , que a mídia poderia ter feito bem antes:


Se as profissionais e os profissionais do sexo no Brasil são reconhecidos como profissionais pelo MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO DO GOVERNO FEDERAL, assim como engenheiros, pedreiros, artistas, juízes e promotores, qual o motivo real da interdição da empresa? Ou será que o que está na CBO é apenas para inglês ver?


Qual seria então o papel da imprensa e da sociedade nesse momento? Pedir a interdição do MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO DO GOVERNO FEDERAL?


Talvez...


segunda-feira, 13 de agosto de 2007

As outras ingerências das agências

Muito se tem comentado esses dias sobre o papel da ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil, no desenrolar do caos aéreo no Brasil. Essa semana até mesmo aconteceu uma reunião entre o ministro Jobim e as empresas de transporte aéreo civil.


Nessa reunião o ministro fez questão de deixar de fora a ANAC, então perguntamos: para que e para quem servem essas agências de verdade? Quem paga o salário desses caras? Nós, é claro!


Quem é um pouquinho inteirado em política e economia, e não precisa ser muito, sabe que essas agências foram criadas no momento das privatizações do governo FHC. Foi a forma encontrada, e bastante elaborada, de deixar as galinhas nas mãos das raposas.


Fica agora patente uma outra questão: se a ANAC funcionava desse jeitinho que está transparecendo agora, o que dizer das outras agências reguladoras? Não seguem as mesmas políticas?


Cabe a imprensa nesse momento trazer à tona a utilidade dessas agências. Queremos todos saber como elas funcionam de verdade e a quem elas servem, já que somos nós os patrões.


Ano passado liguei para ANS (Agência Nacional de Saúde) para efetuar reclamação do plano de saúde utilizado pelos meus pais. O atendente, na ocasião, disse que eu não poderia fazer uma reclamação formal da empresa prestadora de serviços, porque ela ainda não tinha nenhuma reclamação registrada até aquele momento.


Fiquei alguns segundos meditando para tentar entender se, eu é quem estava fazendo uma pergunta absurda, ou eu é quem estava recebendo uma resposta idiota. Insisti então para levar adiante uma reclamação formal e, novamente, o cidadão do outro lado da linha declarou que não poderia formalizar uma reclamação daquela empresa, pois a referida não tinha nenhum precedente de reclamação até o momento.


Como todo idiota, eu perguntei então, a partir de quando eu poderia fazer uma reclamação formal do plano de saúde, que estava negando uma cirurgia de urgência à minha mãe. E o cidadão me respondeu, com aquele sotaque de quem está lendo a partitura, que somente poderia abrir uma reclamação formal se a empresa tivesse algum precedente de reclamação.


Não, eu não estou brincando nem mentindo. Era isso mesmo que o cidadão da agência reguladora dos planos de saúde no Brasil tentava me enfiar guela abaixo.


Perguntei então novamente ao cidadão, como então seria possível fazer uma reclamação à agência, de uma empresa que não tivesse precedente de reclamações. O cidadão pediu que eu aguardasse no telefone, pois ele iria perguntar ao seu superior imediato como resolver a minha dúvida.

Fiquei mais ou menos uns quinze minutos esperando a resposta, quando a linha caiu.

Depois disso, tentei ligar várias vezes, mas não me atenderam mais naquela semana.

Descobri que a ANS além de ter uma lista negra de empresas que dão calote, também tem uma de gente chata que quer respostas que não podem ser respondidas.


Apenas depois de quinze dias consegui formalizar uma reclamação. Pensa que adiantou?


Fica pensando..........




domingo, 12 de agosto de 2007

A mídia, a vítima e o bandido


Mais uma vez a imprensa eletrônica perdeu a chance de informar melhor os seus usuários e adentrar aos fatos com mais rigor. Além disso colabora para o continuismo das relações perversas entre traficantes e moradores das favelas.


Com a matéria - Ferido em baile funk: 'Parecia uma guerra' - o G1, portal de notícias da Globo, fala sobre o tiroteio que aconteceu durante um baile funk na favela dos Antares, no Rio de Janeiro.


Durante esse tiroteio, que segundo a hipótese mais provável, foi causado por brigas entre facções rivais do tráfico, dez pessoas foram feridas e três menores morreram.


Para complementar a matéria, o jornal entrevista o Jovem Pedro Henrique, de 18 anos, que foi ferido no olho por uma bala. Segundo esse jovem, “uma pessoa chegou atirando para o alto, mas acho que deixou a arma cair no chão, e ela continuou atirando sozinha para todos os lados. Não sei quantas pessoas foram atingidas. Não consegui ver nada. Ouvi vários disparos. Um deles acertou em mim e depois só via vultos. Eu acho que foi um acidente. Parecia uma guerra. Tinha muita gente correndo para todos os lados”.


Pois bem, para esse jovem de 18 anos tudo não passou de um acidente. Dá para acreditar?


Deve ter sido um acidente o que levou um cara a ficar transitando com um fusil automático no meio da rua, entre um monte de gente, inclusive menores de idade.


Também deve ter sido um acidente o que fez com que, justo naquele momento, esse cara pensasse que a favela estava sendo invadida por outra gangue de marginais e, para proteger seu "patrimônio", atirasse para o alto como um "aviso" aos navegantes.


O que a reportagem deixa a desejar é que, com tamanho absurdo desses, ou seja, um jovem morador dizendo que "tudo parecia uma guerra" mas provavelmente "deve ter sido um acidente", ninguém teve a idéia de levantar a hipótese de que, ou a guerra já é normal por ali - por isso deve realmente ter havido um acidente de guerra, ou não foi acidente porcaria nenhuma e, provavelmente, esse jovem, cuja foto e nome saiu na internet, estava com isso querendo proteger a própria vida. Claro, porque depois que sair do hospital ele provavelmente vai ter que voltar para casa.


Fica também mais fácil para os jornalistas, divulgar o nome do garoto, do que o nome do bandido que deixou a arma escapar das mãos. O garoto inclusive não teve chance nenhuma de não ser exposto, pois estava sendo atendido numa maca de hospital. Presa fácil dos jornalistas de plantão. Parabéns ao jornal e aos jornalistas! Vocês estão de maneira clara, colcaborando para que os marginais conheçam pormenorizadamente as suas vítimas. Ou alguém aqui acha que os caras de agora em diante não vão ficar de olho no garoto? Ele é uma testemunha chave. Viu tudo e sofreu inclusive as consequências.


E o nome do cara da arma? Algum jornalista vai até a favela para perguntar? Não seria bom se o jornal também divulgasse o nome do bandido?


Vou ficar esperando...sentado.










quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Vai para China? Leva máscara!


Com o título "Poluição pode atrapalhar Jogos em Pequim, afirma Rogge " o Estadão on line trás matéria sobre as preocupações do senhor Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), em relação aos níveis, para ele alarmantes, de poluíção na china.


Segundo ainda o jornal, "Rogge chegou a afirmar que a poluição pode prejudicar algumas provas esportivas" e que "em esportes de resistência, como ciclismo, nos quais é preciso competir durante seis horas, poderemos ter que adiar as provas" e ainda "em entrevista ao canal de televisão americano CNN, Rogge afirmou que colocará "a saúde dos atletas em primeiro lugar''. "Teremos planos de contingência", disse.


Muito bem, creio que agora vamos poder saber e entender o que significa crescer 12% ao ano. Não vai dar para esconder milhões de toneladas de gases poluídores das imagesn de TV e das páginas dos jornais como têm sido feito até agora pelo governo chinês, claro que com ajuda da mídia internacional.
Gostaria mesmo de saber o que o senhor Rogge quis dizer com "Teremos planos de contingência". Será que vão parar as milhares de fábricas chinesas durante as olímpiadas e colocar ventiladores enormes mandando a fumaça para outras regiões da Àsia, ou vão distribuir máscaras, escafandros e balões de oxigênio para os atletas e espectadores?
O que finalmente o senhor Rogge e a imprensa não vão poder esconder, é que a China foi escolhida para sediar os jogos porque tem muito poder, muito dinheiro. Só não tem água potável e ar puro. E ninguém vai querer ficar de fora dessa montanha de ouro, mesmo que tenhamos, que daqui alguns anos, vender a Amazônia para um país que não terá mais como alimentar seus filhos. Mas tudo bem, com tanto dinheiro eles vão poder comprar a Àfrica inteira.
Vamos aguardar as transmissões dos jogos. Eu já estou preparando um dinheirinho para comprar uma TV digital. Quem sabe com ela eu vou poder acompanhar os eventos com melhor qualidade de imagem, já que a fumaça vai atrapalhar um pouco.







Parabéns, vocês merecem!


Circulou hoje no EstadÃO ÃO ÃO matéria sobre os risos provocados pelo ministro Mantega, ao dizer para centenas de empresários que assitiam a entrega do prêmio Melhores e Maiores da revista Exame, que a receita federal iria ficar com boa parte dos lucros dos bancos. Em suas próprias palavras salientou que "é lógico que a Receita Federal vai receber um bom pedaço desse lucro" e ainda arrematou o discurso dizendo "e o devolverá à sociedade".


Desse jeito não dá para segurar o riso mesmo, e foi extamente isso o que aconteceu. Ninguém aguentou tamanha piada.


De qualquer forma, a noite poderia ser bem pior se não fosse esse episódio, já que só mesmo pessoas muito ingênuas possam acreditar que dentre as Melhores e Maiores empresas do país escolhidas pela revista, estão nada mais nada menos que a TAM e a Telemar. Se alguém aqui tem alguma dúvida pode ir reclamar para o Papa.


A revista Exame identifica anualmente as 500 maiores empresas do País e elege as melhores em resultados de 18 setores, além de escolher a melhor de todas, que este ano foi a Santa Elisa, do setor de energia.

Por setor, as eleitas foram Officer (atacado), Fiat (auto-indústria), CBC (bens de capital), Natura (bens de consumo), Wirex (eletroeletrônico), Mantecorp (farmacêutico), Engevix (indústria da construção), Positivo (indústria digital), Samarco (mineração), Suzano (papel e celulose), Copesul (química e petroquímica), Visanet (serviços), Caraíba (siderurgia e metalurgia), Telemar (telecomunicações), Alpargatas (têxtil), TAM (transporte), Lojas Americanas (varejo), além da própria Santa Elisa (energia).


Acho que a revista Exame está realmente precisando de um Exame.

domingo, 5 de agosto de 2007

De como só existe uma saída ou a história de nós mesmos




Provavelmente ninguém aqui tem ouvido falar em outra coisa a não ser que os governos e os países devem ser democráticos.
Fico imaginando se essas informações, ou melhor, essas desinformações, também fossem tão enfatizadas em outras coisas que afetam nossas vidas.
Já pensaram, por exemplo, se essa moda pega pra valer?
Imaginem se todos os dias, durante anos e anos seguidos, os jornais, as revistas as televisões, ficassem martelando incansavelmente em nossas cabeças algumas frases tipo “só a democracia é um regime confiável” ou então “a economia do país em primeiro lugar” ou ainda “nossa salvação está no etanol” e ainda “a Petrobrás não polui”. Já pensou? Já pensou o que aconteceria com as novas gerações se algumas frases como “morar na favela é legal e chic” ou “se você não fizer uma faculdade não vai ser ninguém” ou ainda “trabalhar mais de oito horas por dia é normal” e, que tal “tudo que ouvimos na imprensa é verdade”?
Já pensou mesmo que triste seria assistir um povo inteiro, que de tão dominado por essas “crenças” não mais questionasse a própria existência e suas próprias vidas?
Vocês conhecem algum país assim? Onde as pessoas têm a certeza de que a economia é a causa da evolução de um povo e não o contrário e lógico, ou seja, que uma economia forte é conseqüência de um povo e de um país que evoluiu e cresceu?
Vocês conhecem um país onde as pessoas que moram nas favelas, em becos sujos e mal iluminados, que têm que subir duzentos degraus para chegar até seus barracos sem água encanada, que têm que passar todos os dias entre bandidos armados que distribuem drogas a seus filhos e, de vez em quando, ainda travam verdadeiras guerras com armas pesadas, com muitas baixas, e expõe os moradores aos perigos dessas guerras? E essas pessoas ainda assim achassem que é muito legal morar nesses buracos, no meio da pior ralé que pode existir dentro das sociedades, essa ralé formada por bandidos, traficantes, seqüestradores, estupradores. Você conhece um país com gente assim?
Vocês poderiam me dar como exemplo algum país cuja população acredita realmente que, depois de mais de trezentos anos do fim do ciclo da cana-de-açúcar, em pleno século XXI, cuja força dos países mais evoluídos está na capacitação tecnológica e no investimento em pesquisas de ponta, esse país e sua população passassem a acreditar que plantando cana novamente construiriam um país moderno? Que seus filhos seriam felizes plantando cana para grandes empresários e empresas multinacionais, mesmo que os defensores dessa política agrária soubessem que não existirá nenhuma chance dessa política dar certo, porque os indianos já descobriram que o sorgo produz muito mais álcool a um custo muito mais baixo?
Vocês talvez conheçam e possam me dizer, onde fica um país cuja população acredita de verdade que está sendo informada e que todas as informações que recebe não passam por nenhum crivo de censura prévia, por nenhum órgão governamental que escolha como as informações podem ou não podem circular e, cujas empresas distribuidoras de notícias não tenham vínculo de poder com esses mandatários? Vocês sabem onde fica esse país?
Vocês conhecem algum lugar cuja população acredita piamente que o regime democrático é o único que pode funcionar, mas que jamais deixaria de procurar um especialista quando o caso fosse saúde ou um problema no motor do automóvel? Vocês conhecem tal lugar? Um lugar onde as pessoas já não param seus afazeres para refletir se poderiam existir outras possibilidades de governo além de uma pseudodemocracia vigente, cujos governantes recebem o voto popular porque distribuem dinheiro aos mais pobres (que são a maioria) através do que eles chamam de “bolsas” de ajuda? Vocês podem me dizer onde fica tal lugar, cuja democracia é tão democrática que sua população é “obrigada” a votar? Vocês conhecem esse tal lugar? Esse lugar, esse país, esse estado cujas pessoas que ali sobrevivem já esqueceram que podem existir formas mais evoluídas de governo, tal como aquela que permite apenas aos bons, honestos, justos e capazes assumirem o poder?

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Perguntas que não querem calar II




- Por que nosso dinheiro (o real) tem apenas duas casas depois da vírgula e nos postos de gasolina tem três? Posso pedir meu troco? Que moeda é utilizada por eles para me dar o troco de centésimos de centavos?

- Se o petróleo é nosso, posso pegar a minha parte anual em gasolina?

- Se o Brasil é um país de todos, por que somente alguns controlam grande parte do dinheiro?

- Se tem tanta empresa patrocinando o esporte no país como aparece na TV, por que alguns atletas corredores treinam descalços?

- Se estão todas as crianças na escola – e já o ex-presidente FHC recebeu até medalha na Inglaterra por isso – quem são essas crianças que cheiravam e ainda cheiram cola na esquina o dia todo?

- Se eu andar sem o cinto de segurança eu levo uma baita duma multa. As pessoas que andam de pé nos ônibus públicos também são multadas?

- Se, como diziam as últimas propagandas eleitorais, nós somos os patrões, eu posso mandar alguns políticos embora por justa causa?

- Se quando votamos em alguém, estamos usando a melhor maneira de escolha de nossos representantes e podemos ter certeza do avanço e sucesso da nação, por que não usamos essa maneira de escolha também no casamento, nos investimentos, enfim, em todas as nossas escolhas?

- Se vivemos num país de todos, onde todos são iguais, por que então alguns se aposentam com oito anos de mandato e outros se esfolam até a velhice pegando no pesado?

- Se o salário mínimo é realmente justo, e dá condições de vida ao trabalhador, por que então os políticos não podem viver com apenas um?

- Se eu não pagar meus impostos, posso até ir para a cadeia. E se alguém roubar esse dinheiro? Vai para a cadeia também? Você conhece alguém que fez isso e está preso?

- Se eu disser uma mentira e com ela prejudicar alguém eu posso ir para a cadeia. E se eu fizer uma promessa e não cumprir, e, além disso, prejudicar milhões de pessoas; vou preso também?

Perguntas que não querem calar.

Estamos realmente cheios de perguntas sem respostas. Perguntas sem respostas fazem com que nos sintamos impotentes e desrespeitados.
A mídia, que penso eu, deveria ser um instrumento para que essas perguntas fossem respondidas, não anda me satisfazendo. Sinto-me um trouxa.
Eu, você, todo mundo que questiona a vida com seriedade tem algumas.
Deixo abaixo uma lista das que agora me lembro:

- Se eu, e os demais passageiros que andam em meu carro, têm que usar cintos de segurança, porque então vejo pessoas sendo espremidas dentro dos transportes públicos da minha cidade, caindo pelas janelas. Isso não é perigoso também?

- Se a CPMF foi criada para salvar o sistema público de saúde e sua arrecadação bate recordes todos os anos, por que esse mesmo sistema de saúde deixa morrer pessoas na fila de espera todos os anos. Por que nossos hospitais públicos estão um caos?

- Se eu pagava o licenciamento do meu veículo para manter as estradas, porque hoje também tenho que pagar os pedágios mais caros do mundo e continuar pagando o licenciamento ainda muito mais caro de antes das privatizações? As estradas federais estão melhores? Se estão melhores, por que então houve aquela operação tapa buracos do ano passado?

- E se então, os impostos que eu pago deveriam ser utilizados para que meus filhos tivessem ensino de qualidade, porque estamos quase caindo fora da lista do ranking mundial?

- Porque pagar planos de saúde particulares, já que os impostos que pago deveriam ser revertidos em sistemas públicos de saúde de qualidade?

- Por que os políticos quando adoecem não freqüentam hospitais públicos?

- Por que os filhos dos políticos não freqüentam escolas públicas e, muitos deles estudam fora do país?

- Por que a dona Marisa pediu cidadania italiana dizendo que queria ter uma velhice tranqüila?

- Se o trabalho infantil é proibido, essas crianças que trabalham nas televisões do país não ganham salário? Se ganham, como pode uma criança de cinco anos trabalhar, já que é proibido? Os nossos filhos de cinco anos também podem trabalhar?

- Se quando eu ficar devendo R$ 100,00 meu nome vai para o SPC e eu não posso mais contrair dívidas nem ter direito a crédito, para onde vão os nomes das empresas que devem á receita, ao INSS? Existe também um SPC para isso?

- Se nossos filhos com 16 anos de idade podem votar e, dessa forma, dirigir os rumos de um país e seus milhões de habitantes, por que não podem dirigir um automóvel?

- Se eu for preso roubando um frango no supermercado, por que tenho que responder processo por roubo na prisão, e quem rouba mais de 100 milhões dos cofres públicos pode responder em liberdade?

- Se eu roubei um frango, como posso pagar um advogado para me defender? Seria melhor roubar 100 milhões?

- Se agora na CBO, a Classificação Brasileira de Ocupações do IBGE, ser prostituta é profissão, posso montar um curso de formação? Posso convidar a Dna. Marisa para ser a paraninfa da primeira turma?

- Se o presidente diz sempre que não sabe de nada, ele pode ser presidente? Você contrataria um gerente que nunca soubesse de nada?

- Se democracia é uma coisa realmente boa, porque as empresas não são democráticas?

- Se democracia funcionasse mesmo, será que eu poderia chegar tranquilamente num hospital, com sérios problemas de saúde, e esperar que os faxineiros, os motoristas, as enfermeiras (essas eu até esperaria), os eletricistas, etc. Ou seja, todo mundo que trabalhasse ali, decidisse meu caso no voto? Será que o médico iria aceitar isso? Será que eu ficaria bem?

- Se o país anda realmente tão bem, sem problemas econômicos, sem violência, por que então nossos políticos andam de carros blindados e cheios de segurança?

- Se quando eu compro um jornal, assisto o noticiário de TV, ou leio informações pela internet, sempre recebo informações exclusivas, por que elas são tão iguais?

- Quando eu me formar na universidade vou conseguir um bom emprego? Por que então vejo tanta gente formada trabalhando e ganhando tão pouco?

(continua na próxima edição)











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