Que palavra interessante!
Mais que interessante, um enigma semântico!
Alguns creem que a democracia é um regime de governo onde os cidadãos, direta ou indiretamente tomam as decisões políticas.
Outros que a democracia é isso, mas para funcionar ela depende de partidos com diferentes visões.
Outros ainda acreditam que na democracia todos possuem direitos e deveres iguais.
Aos que também acreditam que um regime democrático é aquele onde a livre expressão está garantida.
Respeito a visão de todos, mas acho, ao mesmo tempo, que todos estão equivocados.
A democracia não existe, nunca existiu e jamais existirá. A democracia depende de igualdade, pois em sua essência, afirma que todos são iguais.
Sabemos que a realidade nos mostra o contrário. Assistimos diariamente o desfilar de infinitude de diferenças.
Numa democracia, a informação é algo fundamental. Sem informação de qualidade, o povo, os cidadãos, não podem opinar e fazer julgamentos com clareza.
Resta então nos perguntar: se para uma democracia verdadeira é preciso lisura de informação, como podemos esperar democracia se as informações estão nas mãos de empresas privadas que visam lucro?
Como podemos confiar que as informações que recebemos das diversas mídias sejam as informações verdadeiramente relevantes para que possemos formar juízos corretos sobre a realidade?
É interessante notar também que as empresas de comunicação do Brasil, detentoras do poder de informação, inclusive estatal, acabam por vezes denunciando a si próprias e, numa atitude arrogante e hipócrita, dão as suas versões contraditórias sobre suas abrangências manipuladoras e de educação/formação.
Cantam aos quatro ventos as suas importâncias quanto á formação de seu público, que vai da criança ao idoso. Mas, por vezes, quando esse mesmo público, formado pelas estratégias pedagógicas de seus consultores apresentam comportamentos destoantes com a ética, se eximem, como se as suas produções e informações não tivessem nenhuma repercussão nas mentes das pessoas.
Quando alguém perguntar a um desses executivos de corporação midiática se a sua empresa, vendedora e distribuidora de informação/formação/comportamento é responsável por determinada visão de mundo de qualquer parcela da população, provavelmente dirão que não. Mas se uma outra corporação solicitar seus serviços para empurrar comportamentos de consumo. Ah, ai sim! Deixa que somos especialistas nisso!
O que as pessoas precisam entender, e urgentemente, é que as mídias, os canais privados de informação, através de estratégias e técnicas altamente sofisticadas e arduamente pesquisadas e comprovadas durante décadas, podem vender qualquer produto, inclusive partidos e políticos.
O que mais fazem na verdade é vender ideias e comportamentos. Dai vem as suas relações incestuosas com os poderes constituídos. Edward Louis Barnays, o pai das técnicas de "Relação Pública", o precursor da manipulação de massa, quem o diga! Para ele, a população era perigosa e precisava ser manipulada como gado! Seus experimentos estão até hoje sendo utilizados no mundo todo por essas mesmas corporações e governos que se dizem democráticos!
Ora, sendo assim, onde está a democracia? Onde está a liberdade de escolha?
A resposta é simples: podem ser encontradas no mesmo endereço da desonestidade dessas mesmas corporações e partidos!
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