sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Quando não há o que comemorar...fica-se em silêncio


Nada!

Isso mesmo, nada!

Passei em revista os principais jornais eletrônicos do país e nada!

Nenhuma palavra sobre o que significa o 7 de setembro. Nada!

Coincidência? Duvido!

Será que os nossos jornalistas estão fazendo jornal para quem já sabe de tudo?

E os mais jovens, onde ficam?

Mas também, quem é que vai ter coragem de contar aos mais jovens a história real da nossa tão mentirosa "independência"?

Quem é que vai querer contar aos mais jovens que a nossa dívida pública é tão grande, devemos tanto aos banqueiros de fora e daqui, que ela já se tornou praticamente impagável?

Quem é que vai dizer a esses jovens, que a nossa independência vai ter que esperar ainda uns 50 anos para que não tenhamos mais miseráveis recebendo esmolas do governo?

Quem é que vai querer estragar a festa e contar para a galera, pros mano, que mesmo depois de formados numa faculdade, vão ganhar menos de um quarto do que seus pais ganhavam a 20 anos atrás.

Quem é por exemplo, que vai querer contrariar a história e mostrar, que o Tiradentes, aquele cara que morreu enforcado antes de D. Pedro, porque queria a indepência do Brasil. Quem é que vai querer contar pra essa gente nova, que ele morreu porque achava um absurdo a coroa portuguesa cobrar 20% de impostos sobre o nosso ouro, e que hoje, aqui nesse mesmo lugar, a gente paga mais de 50% por ano?

Quem é que vai querer dizer pra essa gente que está chegando agora, que na década de 70, mesmo sob o regime militar, a gente tinha muito mais liberdade e "independência" do que tem hoje. A gente se divertia mais, não existia em nós o sentimento de medo generalizado que as pessoas carregam atualmente. A gente andava à pé de madrugada pelas ruas, íamos em festas na casa de gente que a gente nem conhecia e éramos recebidos com gentileza. Éramos mais livres, mais felizes, mais humanos.

Quem é que vai contar direitinho a história que não se conta mais, de que a gente é muito mais escravo hoje da economia globalizada do que éramos 30 anos atrás?

Quem é que vai se atrever a contar para quem ainda não sabe, que todo o ouro que retiraram de serra pelada e de outras minas, como desde o início da história desse país, foi embora para outras terras, deixando aqui apenas aquela paisagem mórbida, esburacada, de fim de orgia?

Quem é que vai ter a coragem de comemorar a libertação de uma terra que ainda não veio?

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