sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

O pior do Big Brother não é o Big Brother


Nesses últimos dias a população brasileira está tendo a chance de assistir ao o que podemos chamar de "o melhor exemplo da falta de ética das TVs brasileiras"


No programa "Vídeo Show" da rede Globo e no canal Multi Show da TV a cabo, podemos assistir alguns vídeos enviados por pretendentes a "morador" da casa do famigerado BBB.


Um misto de tristeza e solidariedade envolve o cidadão mais antenado com seu mundo e mais bem formado moralmente, quando esses canais exibem os vídeos de apresentação dessa gente simples e ignorante que pretende pertencer ao "seleto" grupo de partipantes do programa besteirol da Globo.


A emissora certamente fez essa gente assinar contratos que garantem a ela a total liberdade de expor para toda a população, esses vídeos onde se vê gente de todo o lugar do país, tentando mostrar seus "talentos". Uns rebolam, outros tentam cantar, uns dão depoimentos da seus vidas e expectativas, enfim, tem de tudo.


Já faz algum tempo as TVs nacionais iniciaram o investimento nesse tipo de programação bronca que desperta certamente a alegria da maioria das pessoas que não possuem qualquer visão ética e de respeito ao próximo. Tanto essa gente que se expõe dessa forma, quanto as que assistem esse tipo de programação, não fazem a menor idéia da maquiavélica "mensagem" que está por detrás dessa programação.


Sim, porque se a TV mostra o lado bronco, ignorante e fanho dessas existências - todos nós temos defeitos e ignorâncias - pode estar tentando através disso, rebaixar a existência humana, humilhar, baixar o moral do cidadão e da cidadã que, ingenuamente, não percebe que essa é uma forma bastante antiga de dominação. Já desde a antiguidade muitos chefes de estado sabiam que não basta apenas explorar o cidadão, é preciso acima de tudo humilhá-lo, rebaixá-lo, para que ele se sinta enormemente distante de sua verdadeira força e poder.


Realmente triste esse espetáculo tosco que nos é oferecido. Lembra-nos muito propriamente o costume da classe abastada da Roma antiga, que colecionava pessoas e animais com problemas físicos de todos os tipos. Esses romanos possuíam em seus palácios verdadeiros "museus vivos" repletos de gente e bichos. Alguns três pernas, com rostos e corpos desconfigurados, com membros desproporcionais, etc. para a diversão própria e de seus convivas.


Eu me solidarizo com essa gente simples que não consegue vislumbrar a dimensão perversa da utilização dessas imagens pela mídia nacional.


Realmente nossa TV está dando um show de maldade e mal gosto. Não se pode esperar mesmo muito das pessoas que fazem a televisão desse país.



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