quarta-feira, 25 de julho de 2007

Perguntas que não querem calar II




- Por que nosso dinheiro (o real) tem apenas duas casas depois da vírgula e nos postos de gasolina tem três? Posso pedir meu troco? Que moeda é utilizada por eles para me dar o troco de centésimos de centavos?

- Se o petróleo é nosso, posso pegar a minha parte anual em gasolina?

- Se o Brasil é um país de todos, por que somente alguns controlam grande parte do dinheiro?

- Se tem tanta empresa patrocinando o esporte no país como aparece na TV, por que alguns atletas corredores treinam descalços?

- Se estão todas as crianças na escola – e já o ex-presidente FHC recebeu até medalha na Inglaterra por isso – quem são essas crianças que cheiravam e ainda cheiram cola na esquina o dia todo?

- Se eu andar sem o cinto de segurança eu levo uma baita duma multa. As pessoas que andam de pé nos ônibus públicos também são multadas?

- Se, como diziam as últimas propagandas eleitorais, nós somos os patrões, eu posso mandar alguns políticos embora por justa causa?

- Se quando votamos em alguém, estamos usando a melhor maneira de escolha de nossos representantes e podemos ter certeza do avanço e sucesso da nação, por que não usamos essa maneira de escolha também no casamento, nos investimentos, enfim, em todas as nossas escolhas?

- Se vivemos num país de todos, onde todos são iguais, por que então alguns se aposentam com oito anos de mandato e outros se esfolam até a velhice pegando no pesado?

- Se o salário mínimo é realmente justo, e dá condições de vida ao trabalhador, por que então os políticos não podem viver com apenas um?

- Se eu não pagar meus impostos, posso até ir para a cadeia. E se alguém roubar esse dinheiro? Vai para a cadeia também? Você conhece alguém que fez isso e está preso?

- Se eu disser uma mentira e com ela prejudicar alguém eu posso ir para a cadeia. E se eu fizer uma promessa e não cumprir, e, além disso, prejudicar milhões de pessoas; vou preso também?

Perguntas que não querem calar.

Estamos realmente cheios de perguntas sem respostas. Perguntas sem respostas fazem com que nos sintamos impotentes e desrespeitados.
A mídia, que penso eu, deveria ser um instrumento para que essas perguntas fossem respondidas, não anda me satisfazendo. Sinto-me um trouxa.
Eu, você, todo mundo que questiona a vida com seriedade tem algumas.
Deixo abaixo uma lista das que agora me lembro:

- Se eu, e os demais passageiros que andam em meu carro, têm que usar cintos de segurança, porque então vejo pessoas sendo espremidas dentro dos transportes públicos da minha cidade, caindo pelas janelas. Isso não é perigoso também?

- Se a CPMF foi criada para salvar o sistema público de saúde e sua arrecadação bate recordes todos os anos, por que esse mesmo sistema de saúde deixa morrer pessoas na fila de espera todos os anos. Por que nossos hospitais públicos estão um caos?

- Se eu pagava o licenciamento do meu veículo para manter as estradas, porque hoje também tenho que pagar os pedágios mais caros do mundo e continuar pagando o licenciamento ainda muito mais caro de antes das privatizações? As estradas federais estão melhores? Se estão melhores, por que então houve aquela operação tapa buracos do ano passado?

- E se então, os impostos que eu pago deveriam ser utilizados para que meus filhos tivessem ensino de qualidade, porque estamos quase caindo fora da lista do ranking mundial?

- Porque pagar planos de saúde particulares, já que os impostos que pago deveriam ser revertidos em sistemas públicos de saúde de qualidade?

- Por que os políticos quando adoecem não freqüentam hospitais públicos?

- Por que os filhos dos políticos não freqüentam escolas públicas e, muitos deles estudam fora do país?

- Por que a dona Marisa pediu cidadania italiana dizendo que queria ter uma velhice tranqüila?

- Se o trabalho infantil é proibido, essas crianças que trabalham nas televisões do país não ganham salário? Se ganham, como pode uma criança de cinco anos trabalhar, já que é proibido? Os nossos filhos de cinco anos também podem trabalhar?

- Se quando eu ficar devendo R$ 100,00 meu nome vai para o SPC e eu não posso mais contrair dívidas nem ter direito a crédito, para onde vão os nomes das empresas que devem á receita, ao INSS? Existe também um SPC para isso?

- Se nossos filhos com 16 anos de idade podem votar e, dessa forma, dirigir os rumos de um país e seus milhões de habitantes, por que não podem dirigir um automóvel?

- Se eu for preso roubando um frango no supermercado, por que tenho que responder processo por roubo na prisão, e quem rouba mais de 100 milhões dos cofres públicos pode responder em liberdade?

- Se eu roubei um frango, como posso pagar um advogado para me defender? Seria melhor roubar 100 milhões?

- Se agora na CBO, a Classificação Brasileira de Ocupações do IBGE, ser prostituta é profissão, posso montar um curso de formação? Posso convidar a Dna. Marisa para ser a paraninfa da primeira turma?

- Se o presidente diz sempre que não sabe de nada, ele pode ser presidente? Você contrataria um gerente que nunca soubesse de nada?

- Se democracia é uma coisa realmente boa, porque as empresas não são democráticas?

- Se democracia funcionasse mesmo, será que eu poderia chegar tranquilamente num hospital, com sérios problemas de saúde, e esperar que os faxineiros, os motoristas, as enfermeiras (essas eu até esperaria), os eletricistas, etc. Ou seja, todo mundo que trabalhasse ali, decidisse meu caso no voto? Será que o médico iria aceitar isso? Será que eu ficaria bem?

- Se o país anda realmente tão bem, sem problemas econômicos, sem violência, por que então nossos políticos andam de carros blindados e cheios de segurança?

- Se quando eu compro um jornal, assisto o noticiário de TV, ou leio informações pela internet, sempre recebo informações exclusivas, por que elas são tão iguais?

- Quando eu me formar na universidade vou conseguir um bom emprego? Por que então vejo tanta gente formada trabalhando e ganhando tão pouco?

(continua na próxima edição)











-

As conseqüências reais...

Esses últimos dias temos convivido no Brasil com aquilo que poderíamos chamar de "as conseqüências reais que advém da podridão e da mentira".

Sim, porque o que estamos assistindo em relação á crise aérea nacional (se é que ela existe para o governo) são as conseqüências das políticas do setor aéreo que foram (ou não foram) adotadas durante anos nesse país. Assim como tudo aquilo que éramos levados a pensar, e as informações que tínhamos sobre esses assuntos estavam incorretas. Eram mentiras pregadas para nos enganar. Todas as mortes, sofrimentos e tristezas das famílias envolvidas também são as conseqüências de tudo isso.

E não é só! Quando as polícias do Rio de Janeiro e a força nacional sobem nas favelas com aparatos de guerra e ferem e matam dezenas de pessoas, estamos vendo as conseqüências das políticas públicas e de segurança que foram adotadas (ou não) durante anos no Brasil. Assim como tudo aquilo que éramos levados a pensar, e as informações que tínhamos sobre esses assuntos estavam incorretas. Eram mentiras pregadas para nos enganar. Todas as mortes, sofrimentos e tristezas das famílias envolvidas também são as conseqüências de tudo isso.

Quando assistimos os jovens desse lindo e sofrido país trabalharem em empregos, cujas exigências para ocupá-los vão além do que seria razoável, e seus salários serem por volta de um terço daquele que seus pais ganharam com muito menos qualificação há alguns anos atrás, estamos assistindo as conseqüências das políticas de trabalho e emprego que foram (ou não foram) adotadas nesse país. Assim como tudo aquilo que éramos levados a pensar, e as informações que tínhamos sobre esses assuntos estavam incorretas. Eram mentiras pregadas para nos enganar. Todas os sofrimentos e tristezas desses jovens e de suas famílias envolvidas, também são as conseqüências de tudo isso.

Quando assistimos aos noticiários e temos a certeza de que nesse país quem rouba de verdade. Quem tira dos cofres públicos todos os dias os milhões e milhões que serviriam para implementar políticas públicas verdadeiras, que fortalecem os mais humildes e asseguram tranqüilidade a todos, que nos garante um futuro digno e uma sociedade mais justa; essa gente, essa gente que como vampiros atacam suas vítimas e lhes sugam todo o líquido vital, que se apoderam do que não lhes pertence e não são punidas por isso. Então estamos assistindo a cruel conseqüência das falhas da justiça que levam à impunidade.

Sim porque quando esses ladrões roubam o que era para ser destinado aos cidadãos de bem. Quando enchem suas casas de porcarias de Miami, suas garagens de carros importados, podem ter certeza meus amigos e minhas amigas que alguém ficou sem leite, sem trabalho, sem um livro, sem uma casa, sem um pai, sem dignidade. E é essa a verdadeira história que os jornais não contam.

Vocês já pensaram porque a mídia de informação nunca faz essa ligação? Nunca nos diz quantas pessoas morreram por falta de atendimento nas porcarias dos nossos hospitais públicos, por que algum sabichão resolveu comprar uma casa nova num bairro de luxo?

Então quando não somos informados que a verdade é essa, pode ter certeza de que estamos assistindo as conseqüências das políticas públicas de informação que foram (ou não) adotadas nesse país durante muitos anos. Assim como tudo aquilo que éramos levados a pensar, e as informações que tínhamos sobre esses assuntos estavam incorretas. Eram mentiras pregadas para nos enganar. Todas as mortes, sofrimentos e tristezas das famílias envolvidas também são as conseqüências de tudo isso.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Esses homens fantásticos e suas máquinas maravilhosas.


Do Estadão on line 23/07/2007


Com matéria intitulada “Não há hipótese de a verdade não vir à tona, diz Lula”, o jornal nos informa que o nosso Lula não está muito preocupado com a hipótese de que todas as informações e responsabilidades sobre o acidente com o vôo da TAM venham à tona.
Segundo esse jornal, Lula acha prematuro culpar alguém, inclusive o governo, pelas causas do acidente. "Eu acho que todo julgamento prematuro é, eu diria, quase que irresponsável. Em um momento como esse, que tem uma tragédia, a melhor coisa que nós temos de ter é a prudência para investigar corretamente ao invés de ficarmos fazendo ilações, culpando alguém ou absolvendo alguém", segundo palavras do próprio presidente.
Lula ainda disse que "Vamos tentar fazer um outro aeroporto para diminuir as possibilidades de uma nova tragédia”.
Bem, o que para mim ficou bem claro, é que estamos então esperando os resultados da caixa preta para depois sabermos realmente o que está acontecendo com a aviação aérea no Brasil.
Eu fico fascinado com essas novas tecnologias. Fico imaginando que dentro da caixa preta devem existir dispositivos extremamente complexos, de última geração tecnológica, que conseguem medir tudo e nos dar as respostas que precisamos.
Por exemplo: deve haver dentro dessa caixa preta um dispositivo que meça a quantidade de dinheiro que foi para o ralo em obras superfaturadas nos aeroportos. Outro dispositivo também complexo é aquele que mede o peso na consciência de quem permite que uma aeronave com mais de 160 passageiros levante vôo com algumas falhas de equipamentos. Esses artefatos fantásticos também devem medir o grau de responsabilidade do juíz que liberou as pistas antes de ficarem prontas de verdade.
Deve haver também algum tipo dispositivo que permita às empresas e aos ministérios envolvidos, avaliarem com extrema certeza, quanto vale cada vida que foi perdida no acidente.
Realmente a tecnologia nos deixa cada dia mais e mais seguros de que tudo vai melhorar.
Os jornais também deveriam perguntar ao nosso Lula se, depois de aberta a caixa preta, vamos também ficar sabendo quando poderemos novamente voar com segurança pelos ares do Brasil. Sim, porque dentro dessa caixa, provavelmente deve existir algum tipo tecnologia para isso. Talvez devam existir também alguns sensores que mostrem o grau de paciência dos cidadãos e até mesmo surjam os nomes dos próximos funcionários da ANAC que irão receber medalhas.
Vamos aguardar o resultado da caixa preta. Só ela poderá nos trazer as respostas.

domingo, 22 de julho de 2007

Meu game favorito!


Hoje no G1 - portal de notícias eletrônico da Globo, lemos matéria sobre rapper norte-americano 50 Cent, que está processando uma agência de propaganda online por usar um personagem semelhante a ele no jogo “Shoot the rapper” (“Atire no rapper”) sem sua permissão.

Segundo o jornal, o advogado do Rapper está pedindo indenização de $ 1.000,000,00 por danos ainda não definidos e proibição do uso das imagens do artista no referido jogo.

Fico imaginando o quanto essa matéria poderia ser explorada pelos jornalistas do G1 e de outros jornais.

Com a abundância de casos de violência em escolas e universidades nos EUA, a matéria também poderia levantar questões que tem preocupado sobremaneira pais e educadores de todo o mundo.


- Será que os games violentos são tão inofensivos assim como garantem seus fabricantes?


- Será que se uma criança ou adolescente, depois de brincar 6 horas por dia de matar pessoas não vai começar achar isso normal?


- Por que será que os games tem um enfoque tão grande na violência?


- Será que os games de violência, principalmente nos EUA e outros países de tradição bélica, não são utilizados como forma de esvaziamento da consciência, preparando as gerações futuras para a guerra?


- Por que deixar nossos filhos se divertirem com o sangue de nossos semelhantes?


- Por que aqui no Brasil nossos governantes ainda não pensaram em campanhas de conscientização, alertando os pais de crianças e adolescentes sobre os riscos de games e da internet?


- Enfim, porque não trazer à tona discussões que tocam profundamente nossas vidas e a das próximas gerações?


Enquanto isso, crianças vão brincando de jorrar sangue. Talvez no futuro, com exercícios tão bacanas e inofensivos, elas poderão gostar de filosofia, de cuidar das plantas, tratar com carinho o planeta e os seres vivos, abominarão as guerras, etc. Ou, pelo contrário, elas gostarão de continuar o jogo fora das telas.


sábado, 21 de julho de 2007

Para os anais da Anac


Em matéria de hoje da Folha on line de Brasília, ficamos sabendo que o senhor Milton Zuanazzi e a senhora Denise Abreu, ambos respectivamente presidente e diretora da ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil, foram agraciados com a medalha "Santos Dumont", por valiosos serviços prestados à nação.

Segundo ainda o jornal, Zuanazzi e Denise são os dois principais porta-vozes da agência quando o assunto é a crise aérea brasileira. Desde o acidente com o vôo da Gol no final de setembro do ano passado, os passageiros têm enfrentado atrasos e cancelamentos de vôos nos principais aeroportos do país.

Creio que esses dois membros da Anac foram reconhecidos por atender a um pedido judicial da Justiça Federal de São Paulo que obrigou a Anac a criar normas de informação adequadas e assistência material para os passageiros de vôos atrasados.

Parabéns a esses brasileiros cujo trabalho de respeitar às decisões judiciais recebe todo nosso carinho e agradecimento.


Seria cômico se não fosse trágico!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Quem vai ser o primeiro?


Hoje, 19 de julho, a BBC Brasil on line divulgou a matéria "Pilotos têm medo de dizer 'não' diz sindicato", onde através de entrevista com o diretor de Segurança de Vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Gilberto Salvador Camacho, somos levados a conhecer a face oculta da vida desses profissionais e as pressões sofridas por eles por parte das empresas aéreas, que afinal, visam apenas lucro.
O comandante nos relata também que "a informação sobre a pista molhada é recebida pelos comandantes do controle de tráfego aéreo. Já informação sobre as condições de aderência da pista normalmente chega de forma informal, pelos colegas que pousaram antes.
Fico imaginando o jogo de dois ou um entre pilotos para decidir quem vai pousar primeiro.

Segundo ainda Camacho "O piloto tem que ir, ele vive disso. Se ele não for ele vai ter que explicar porquê” e que "No conjunto, os pilotos continuarão pousando, porque existe aquela pressão subliminar das empresas de que se você não pousar você está prejudicando a empresa, está prejudicando seu próprio trabalho e a empresa vive do que os passageiros pagam, seu salário vem daí e sua participação nos lucros idem".
De duas uma; ou o sindicato não procurou a imprensa para denunciar essas atividades, precavendo-se de quaisquer problemas futuros e protegendo seus profissionais e, é claro, também nos informando, pobres mortais, que a vida é um jogo. Ou, a imprensa foi procurada e não divulgou os fatos.
Ficam então três perguntas no ar:
- Quem deve ser entrevistado?
- Podemos ter certeza que as entrevistas virão á público?
- Quem vai ser o primeiro?

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Notícias das últimas horas


Para quem acha ainda que esse acidente com o Airbus 320 da TAM em São Paulo é coisa do acaso, leia abaixo o que foi veiculado hoje no G1 - Portal de notícias da Globo hoje, 18/07/2007:


"Ao menos duas derrapagens já ocorreram em Congonhas neste ano. Na última segunda (16), um avião ATR 43 da companhia aérea Pantanal derrapou e parou no gramado que divide as pistas auxiliar e principal. O aeroporto ficou cerca de 20 minutos sem operar.


"No dia 17 de janeiro, um avião da Varig, que fazia a ponte-aérea Rio-São Paulo, derrapou na pista principal do aeroporto de Congonhas, paralisando o maior aeroporto do país por 50 minutos. A companhia aérea informou na época que uma lâmina d'água na pista do aeroporto obrigou o piloto a "fazer uma freada mais brusca".


"Em 6 de outubro de 2006, um Boeing 737-300 da Gol derrapou na pista do Aeroporto de Congonhas, quando chegava de Cuiabá (MT). A aeronave - que só parou ao atingir o final da pista, em trecho de grama - ficou atravessada, impedindo pousos e decolagens por cerca de uma hora. Em março do ano passado, um avião da BRA com 115 passageiros não conseguiu parar completamente na pista, e foi parar no canteiro final de Congonhas, às margens da Avenida dos Bandeirantes. Nenhum dos três incidentes deixou feridos".


Ainda bem, e é bom, a gente não só criticar como também elogiar as coberturas, embora fique claro que muitos brasileiros precisam de um transporte aéreo que funcione para agilizar seus negócios. Os jornais estão pegando pesado talvez porque também seus funcionários possam estar entre as próximas vítimas.


Resta também perguntar se esse acidente não sará apenas mais um dentre tantos outros, que perderão espaço na mídia dentro em breve, quando acontecer (queira Deus que não) um bem pior.


Creio também que já é hora da mídia jornalistica nacional se ater mais às causas e consequências desses episódios e deixar de lado os sensacionalismos baratos.

A população precisa também de respostas, e essas respostas também devem ser questionadas até que as coisas fiquem bem claras, e que os jornais não tentem nos fazer de bobos, quando da não inquirição das autoridades, como podemos observar na matéria de 08/05/2007 do portal G1, ( http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL33402-5601,00.html) , quando o senhor Waldir Pires, ministro da defesa, disse aquela frase homérica: " Não há responsabilidade do Ministério da Defesa. A responsabilidade é dos acontecimentos", em relação à crise aérea nacional.


segunda-feira, 16 de julho de 2007

Ainda bem que não vai acontecer nada?


Saiu no Globo on line dessa segunda-feira mais uma matéria sobre as vaias que o presidente Lula recebeu no Maracanã.

Se dizendo triste, Lula disse no programa café com presidente, que aplausos e vaias são reações do ser humano. Que inteligência e perspicácia não é mesmo? Gente, eu jamais pensei que o nosso presidente pudesse chegar a essa conclusão. Poucas pessoas nesse país conseguiriam entender que aplausos e vais são reações humanas. Faltou só explicar que reações têm causas. Que fatos levaram as pessoas a vaiarem o presidente? Alguém entrevistou alguém e perguntou porque? Não me lembro de sequer um jornal até agora procurar alguém que esteve lá e fazer essas perguntas simples: o senhor estava no Maracanã? vaiou o presidente? Porque?

Simples não? Mas até agora não vi ninguém fazer uma matéria com esse conteúdo.

Uma outra coisa que Lula nos informa é que "não haverá mudança nos planos de investimento do governo federal para o Rio por conta do episódio" e que "nós vamos trabalhar, nós temos muitos projetos para trabalhar no Rio de Janeiro e vamos trabalhar no Rio de Janeiro". E ainda conclui que "isso não muda um milímetro do meu comportamento com o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro a gente poderia dizer continua lindo e merece que o governo federal faça o que for possível para o Rio de Janeiro".

Essas frases contundentes do dirigente supremo de nosso país, poderiam ser utilizadas pela mídia de jornalismo para levantar uma questão bastante importante para nosso entendimento da política brasileira.


Será que seria mesmo possível, se o excelentíssimo presidente quisesse, retirar projetos do Rio ou de qualquer outra cidade brasileira, onde acontecessem fatos desagradáveis, tais como manifestações legítimas de sua população em desagravo ao presidente?


Porque se isso for possível, nossa democracia se fundamenta em bases extremamente frágeis. Nossas instituições então são levadas ao sabor do vento, das amizades e carinhos, dos afagos afetuosos, do roçar dos pés por debaixo das mesas.


Ainda bem que o nosso Lula não vai retirar os projetos que tem para o Rio de Janeiro. Que bom!

domingo, 15 de julho de 2007

Eu também posso ser convidado?


Hoje saiu matéria no G1 - Portal de notícias da Globo - cuja título é "Pela 4ª vez, vôo de foguete é adiado".

Nessa matéria do jornalista Salvador Nogueira, por sinal muito interessante, ficamos sabendo o porque de mais um adiamento do foguete de sondagem VSB-30; o que o foguete está levando para o espaço, etc.

O que me chamou a atenção, foi uma observação no final da matéria que avisa que "o jornalista Salvador Nogueira viajou a convite da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República".

Fiquei me perguntando se existe dentro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência algum tipo de norma ou legislação própria para realizar esses convites. Sim, porque se o negócio é feito de acordo com a cor dos olhos do cliente, penso que jornalistas que escrevam matérias cujo gosto, para a mesma Secretaria de Comunicação Social da Presidência, for salgado ou muito amargo, ficarão claro, fora da lista dos convidados.

Isso me leva também a pensar que se a nossa democracia funciona assim, qual a diferença dela com regimes autoristaristas?

Será que eu também posso ser convidado?

As vaias para o Lula



Deve realmente ter sido muito constrangedor para o excelentíssimo presidente da república ter que aceitar que a sua popularidade vai muito bem nas estatísticas e aparece muito mal no mundo real, com pessoas não escolhidas à dedo, ao vivo e à cores.

A mídia, como seria de se esperar, noticiou o caso das vaias ao grande irmão Lula no maracanã com a superficialidade de sempre.

Foram tirados do saco mil e uma explicações. De que apenas um grupo de políticos locais haviam vaiado o presidente, de que o carioca vaia até minuto de silêncio no maracanã, etc. etc.

O que a mídia ficou por analisar, é que essa reação não veio da classe pobre, acostumada com as monobras e missangas paternalistas.

Pobre não teria dinheiro para pagar o ingresso. Tinha muita classe média assistindo à abertura. Muita gente que tem mais acesso à informação (mesmo que seja manipulada), escola, vida social. Gente que está pagando a conta com seus impostos descontados diretamente nos salários. Gente que sabe que paga mais de 35% ao ano de impostos e ainda assim têm que pagar a escola dos filhos, o convênio médico, a aposentaoria privada e por aí vai.

É bom quando a máscara cai e esses senhores e senhoras começam a perceber que o mundo real não é o daquele criado por seus marqueteiros, onde tudo é lindo, funciona e é maravilhoso.

Foi um fiasco? Foi sim, e a mídia devia também aprender uma lição.

Pobre não compra jornal.

Quem quer vender jornal tem que pelo menos saber para quem está vendendo e se se alguém vai continuar comprando.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Pulga na Idéia




A divulgação científica gratuíta a jovens e adolescentes do país é fundamental para o desenvolvimento do interesse e das relações que esses jovens e crianças terão futuramente com o conhecimento.


Aqui no Brasil, alguns grandes jornais eletrônicos oferecem algumas possibilidades para esse segmento, mas ainda muito pouco, se compararmos com as quantidades de notícias sobre assuntos que "mexem" mais com a garotada, tais como: modismos e games.


Vale aqui destacar o interessante trabalho das jornalistas Ingrid Lemos Costa e Juliana Maroto, que sem qualquer tipo de apoio por parte de empresários e dos governos, conseguiram criar um espaço interessantíssimo de divulgação científica para nossos futuros cidadãos.


Eu acompanhei de perto esse processo de criação, seus percalços e o incrível sucesso e aceitação que o trabalho encontrou não apenas entre as crianças em idade escolar e os jovens, como também por professores da rede pública e particular.


O site oferece uma gama impressionante de informações, através de uma linguagem direcionada e de fácil assimilação e compreensão por parte de seus jovens leitores.


Deixo aqui minhas congratulações a essa dupla de idealistas, que sem a pretenção do lucro, conseguiram dar o exemplo de cidadania através de um trabalho bem fundamentado e repleto de muito humor e arte.


O endereço do site é o:


Governo quer CLT para setores do funcionalismo


Do portal "Último segundo" nessa sexta treze de julho.


A notícia de que o governo pretende criar uma fundação estatal para contratação via regime CLT de funcionários públicos das áreas de assistência social, saúde, cultura, comunicação entre outras, levanta o expectro da instabilidade desses servidores.

Essa desestabilidade poderia ser melhor discutida pelos meios de comunicação, pois esclareceria melhor a população sobre os perigos dessa manobra.

A estabilização do funcionalismo é fundamentada na proteção dos trabalhadores que poderiam, caso essa medida for aprovada, ficar à deriva de situações políticas, de políticos e de partidos.

Sem a estabilidade não teremos mais "trens da alegria", mas muito provavelmente teremos verdadeiros "transatlanticos da alegria" quando da mudança das gestões.

Se a população não for bem informada pelos meios não-oficiais de comunicação quanto a esse perigo, provavelmente teremos aprovação popular maciça para essa aberração.

Existem outras formas de controle de qualidade dos serviços públicos que deveriam ser divulgados e geralmente são omitidos, até mesmo para mascarar a falta de cuidado para com a coisa pública por parte desses mesmos políticos que ora assumem o papel de missionários da ética e da moral.

Seria também bastante interessante nesse sentido, se a mídia brasileira mostrasse realmente quais as verdadeiras causas do mal funcionamento da máquina pública. o que não vem acontecendo desde a muito tempo.

As pequenas notas que mais escondem do que mostram


O portal de notícias de Campinas "Cosmo On Line" da agência anhanguera, dona dos dois maiores jornais da cidade, mostra nessa sexta-feira treze a inovação da vereadora Marcela Moreira, ao utilizar o site de vídeos Youtube para falar sobre suas idéias e projetos.

Até aí tudo bem; a vereadora mostra que está ligada com as novas formas de comunicação e presta um serviço bastante interessante aos seus eleitores.

O que me chamou a atenção foi uma inserção sútil da jornalista Rose Guglielminetti, responsável pela matéria, que comenta sobre a camiseta usada pela vereadora em um dos dois vídeos disponibilizados na site.

A tal camiseta trás a estampa do "rosto do guerrilheiro argentino e comunista Che Guevara" (palavras da jornalista).

Essa inserção acaba trazendo de volta de maneira bastante sutil a estigmatização desse personagem da nossa história e de seu partido. Gostaria de entender qual o problema de se usar uma camiseta com a estampa do rosto de "CHE" e, qual o sentido desse comentário.

Sendo a vereadora pertencente ao partido socialista, não vejo nenhuma anormalidade ou extremismo na ação.

Não pretendo defender de forma alguma a vereadora, seu partido e suas posições política/partidárias, mas apenas alertar meus leitores sobre como uma pequena frase pode criar um sentido de pré-leitura das informações veiculadas.

Bom também seria agora começarmos a pensar de que maneira os tribunais eleitorais tratarão casos como esses em épocas de campanha. Será que o Youtube irá se transformar em mais um problema ou em mais uma solução para os eleitores que pretendem conhecer seus candidatos?

As tecnologias de informação vieram para ficar e um debate sobre o assunto na mídia, com particpação popular, seria muito interessante e esclarecedor.


Ninguém nunca mais se manifestou...


Que bom que nunca mais ninguém se manifestou.

Vivemos em tempos de paz, de ordem e progresso.

Nunca mais ninguém apareceu em frente às câmeras fotográficas ou das televisões, levantando faixas e gritando slogans contra o presidente, deputados, senadores e suas políticas e idéias, enfim, contra lá o que quer que seja.

Não vemos mais nesse país ninguém aparecer querendo saber para onde vai o rio São Francisco ou até que ponto as usinas nucleares são mesmo seguras.

Nunca mais vimos sequer os grevistas e suas passeatas, embora as greves pipoquem aqui e acolá.

Nunca mais fomos surpreendidos pelas imagens de gente na rua, andando de braços dados, em passos firmes e com olhares no infinito.

Que pena que não vemos porque não nos deixam ver.

Talvez porque não vemos ou sequer ouçamos, essas coisas não existam.

As coisas só existem quando podemos ver, ouvir, tocar. Não é assim que caminham as ciências?

Será por isso que não temos aparelhos para medir amor, compaixão e bondade?

Será que é por isso que os fatos que não são vistos passem a não existir?

Será então que é por isso que não nos deixam ver? Para que que as coisas não existam e a gente não procure entender?




quinta-feira, 12 de julho de 2007

Por onde anda o Marcos Valério?


Amigos e amigas desse Brasil sem fim


De porteiras abertas a quem quer que se achegue


Daqueles que aqui vêem para buscar a sorte ou fugir do azar


País de toda gente e de ninguém, que luta com si mesmo todo dia


País de carnaval, música, futebol


Onde o sol faz morada , a lua traz saudade e a tristeza não dá nó;


Pergunto a vocês nessa hora tão sentida


Porque o jornal, o rádio a TV ou outra qualquer porcaria


Não me mostram mais as caras de algumas gentes


Gentes que até ontem apareciam todo dia


Gente que rouba mas faz,


Gente que apenas desvia


Mas que no fundo, no fundo


Roubam, esgotam, minam mesmo um pouco da nossa alegria.





As distorções da mídia do dia a dia



Hoje na primeira página do portal de notícias da Globo - G1, acharemos uma história que ao mesmo tempo é inusitada e comovente, se não fosse é claro, no fundo, mais um erro da nossa imprensa eletrônica. Erro essse que nos revela como a notícia pode desviar a atenção dos mais incautos e provocar aqui, o que poderíamos chamar de anestesiamento das verdadeiras noções de lei e ordem; vejamos:

Com o título "Lotérica rasga bilhete premiado de menino de 10 anos", o jornal expõe a história de um garoto que, após comprar um bilhete de raspadinha numa lotérica do RS, teve seu bilhete premiado em R$ 10.000,00. resgado por engano pela funcionária da lotérica.

A notícia acaba com final feliz depois que o garoto, acompanhado pelo pai, dirigi-se até uma agência da caixa econômica federal, onde após verificação na integridade da marca dágua do bilhete pela gerência do banco, o prêmio pôde ser pago.
Vejam senhores e senhoras que história mais comovente. Um menino pobre, de 10 anos, entra numa casa lotérica e compra seu lindo bilhete premiado. Seria comovente se não fosse um crime.

Em nenhum momento a notícia questiona o que um garoto de 10 anos de idade estava fazendo dentro de uma casa de jogos e nem o que estavam fazendo os donos e funcionários da casa lotérica, quando resolveram (e isso deve ser comum nesse negócio) vender um bilhete para um menor de idade.

Entre essas e outras notícias são enterrados nesse país o nosso senso de lei, ordem e justiça. Garotos de 10 anos de idade agora podem comprar seus bilhetes de loterias tranquilamente.


A Caixa Garante!

Apresentação


Nesse blog procuro despir a imprensa brasileira de seu cinismo e de sua falta de compromisso com jornalismo sério.
Tenho por anos observado o comportamento falacioso da imprensa brasileira e, com raras excessões, vozes que contestem esses impérios assentados na mentira e na política de conivência com a corrupção do estado e seus corruptores.
A mídia brasileira é tão despida de ética, que seus opositores são por ela rechassados e escondidos através de uma política de sensura da omissão. A censura de omissão se baseia principalmente na ausência de espaço oferecido aos críticos e discordantes dos monopólios da informação.
Sabendo que grande parte da mídia brasileira (concessões de rádios, jornais e tvs) estão nas mãos de políticos e suas famílias, torna-se quase impossível algum avanço nas relações da mídia com seu público e desse com as verdadeiras verdades das notícias.
Espero estar colaborando com a formação de leitores e espectadores conscientes e também abrindo oportunidade de debate sobre o comportamento da mídia de notícias brasileira e sua parcela de responsabilidade na vida de todos os cidadãos desse país.
Esse blog não pretende abordar todos os jornais do país e sua concentração é maior no eixo Rio-São Paulo, sendo as notícias comentadas aqui aquelas publicadas apenas nos meios eletrônicos.