segunda-feira, 16 de julho de 2007

Ainda bem que não vai acontecer nada?


Saiu no Globo on line dessa segunda-feira mais uma matéria sobre as vaias que o presidente Lula recebeu no Maracanã.

Se dizendo triste, Lula disse no programa café com presidente, que aplausos e vaias são reações do ser humano. Que inteligência e perspicácia não é mesmo? Gente, eu jamais pensei que o nosso presidente pudesse chegar a essa conclusão. Poucas pessoas nesse país conseguiriam entender que aplausos e vais são reações humanas. Faltou só explicar que reações têm causas. Que fatos levaram as pessoas a vaiarem o presidente? Alguém entrevistou alguém e perguntou porque? Não me lembro de sequer um jornal até agora procurar alguém que esteve lá e fazer essas perguntas simples: o senhor estava no Maracanã? vaiou o presidente? Porque?

Simples não? Mas até agora não vi ninguém fazer uma matéria com esse conteúdo.

Uma outra coisa que Lula nos informa é que "não haverá mudança nos planos de investimento do governo federal para o Rio por conta do episódio" e que "nós vamos trabalhar, nós temos muitos projetos para trabalhar no Rio de Janeiro e vamos trabalhar no Rio de Janeiro". E ainda conclui que "isso não muda um milímetro do meu comportamento com o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro a gente poderia dizer continua lindo e merece que o governo federal faça o que for possível para o Rio de Janeiro".

Essas frases contundentes do dirigente supremo de nosso país, poderiam ser utilizadas pela mídia de jornalismo para levantar uma questão bastante importante para nosso entendimento da política brasileira.


Será que seria mesmo possível, se o excelentíssimo presidente quisesse, retirar projetos do Rio ou de qualquer outra cidade brasileira, onde acontecessem fatos desagradáveis, tais como manifestações legítimas de sua população em desagravo ao presidente?


Porque se isso for possível, nossa democracia se fundamenta em bases extremamente frágeis. Nossas instituições então são levadas ao sabor do vento, das amizades e carinhos, dos afagos afetuosos, do roçar dos pés por debaixo das mesas.


Ainda bem que o nosso Lula não vai retirar os projetos que tem para o Rio de Janeiro. Que bom!

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