domingo, 23 de novembro de 2008

VIÚVA DE PAULO FREIRE ESCREVE CARTA DE REPÚDIO À VEJA


Por Conceição Lemos,

Na edição de 20 de agosto a revista Veja publicou a reportagem O que estão ensinando a ele? De autoria de Monica Weinberg e Camila Pereira, ela foi baseada em pesquisa sobre qualidade do ensino no Brasil. Lá pelas tantas há o seguinte trecho:
"Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro argentino Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de citações positivas, 14% de neutras e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. Entre os professores ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história da humanidade. Paulo Freire 29 x 6 Einstein. Só isso já seria evidência suficiente de que se está diante de uma distorção gigantesca das prioridades educacionais dos senhores docentes, de uma deformação no espaço-tempo tão poderosa, que talvez ajude a explicar o fato de eles viverem no passado".
Curiosamente, entre os especialistas consultados está o filósofo Roberto Romano, professor da Unicamp. Ele é o autor de um artigo publicado na Folha, em 1990, cujo título é Ceausescu no Ibirapuera. Sem citar o Paulo Freire, ele fala do Paulo Freire. É uma tática de agredir sem assumir. Na época Paulo, era secretário de Educação da prefeita Luiza Erundina.

Diante disso a viúva de Paulo Freire, Nita, escreveu a seguinte carta de repúdio:

"Como educadora, historiadora, ex-professora da PUC e da Cátedra Paulo Freire e viúva do maior educador brasileiro PAULO FREIRE -- e um dos maiores de toda a história da humanidade --, quero registrar minha mais profunda indignação e repúdio ao tipo de jornalismo, que, a cada semana a revista VEJA oferece às pessoas ingênuas ou mal intencionadas de nosso país. Não a leio por princípio, mas ouço comentários sobre sua postura danosa através do jornalismo crítico.  Não proclama sua opção em favor dos poderosos e endinheirados da direita, mas , camufladamente, age em nome do reacionarismo desta.
Esta vem sendo a constante desta revista desde longa data: enodoar pessoas as quais todos nós brasileiros deveríamos nos orgulhar. Paulo, que dedicou seus 75 anos de vida lutando por um Brasil melhor, mais bonito e mais justo, não é o único alvo deles. Nem esta é a primeira vez que o atacam. Quando da morte de meu marido, em 1997, o obituário da revista em questão não lamentou a sua morte, como fizeram todos os outros órgãos da imprensa escrita, falada e televisiva do mundo, apenas reproduziu parte de críticas anteriores a ele feitas.
A matéria publicada no n. 2074, de 20/08/08, conta, lamentavelmente com o apoio do filósofo Roberto Romano que escreve sobre ética, certamente em favor da ética do mercado, contra a ética da vida criada por Paulo. Esta não é, aliás, sua primeira investida sobre alguém que é conhecido no mundo por sua conduta ética verdadeiramente humanista.
Inadmissivelmente, a matéria é elaborada por duas mulheres, que, certamente para se sentirem e serem parceiras do "filósofo" e aceitas pelos neoliberais desvirtuam o papel do feminino na sociedade brasileira atual. Com linguagem grosseira, rasteira e irresponsável, elas se filiam à mesma linha de opção política do primeiro, falam em favor da ética do mercado, que tem como premissa miserabilizar os mais pobres e os mais fracos do mundo, embora para desgosto deles, estamos conseguindo, no Brasil, superar esse sonho macabro reacionário.
Superação realizada não só pela política federal de extinção da pobreza, mas , sobretudo pelo trabalho de meu marido – na qual esta política de distribuição da renda se baseou - que demonstrou ao mundo que todos e todas somos sujeitos da história e não apenas objeto dela. Nas 12 páginas, nas quais proliferam um civismo às avessas e a má apreensão da realidade, os participantes e as autoras da matéria dão continuidade às práticas autoritárias, fascistas, retrógradas da cata às bruxas dos anos 50 e da ótica de subversão encontrada em todo ato humanista no nefasto período da Ditadura Militar.
Para satisfazer parte da elite inescrupulosa e de uma classe média brasileira medíocre que tem a Veja como seu "Norte" e "Bíblia", esta matéria revela quase tão somente temerem as idéias de um homem humilde, que conheceu a fome dos nordestinos, e que na sua altivez e dignidade restaurou a esperança no Brasil. Apavorada com o que Paulo plantou, com sacrifício e inteligência, a Veja quer torná-lo insignificante e os e as que a fazem vendendo a sua força de trabalho, pensam que podem a qualquer custo, eliminar do espaço escolar o que há de mais importante na educação das crianças, jovens e adultos: o pensar e a formação da cidadania de todas as pessoas de nosso país, independentemente de sua classe social, etnia, gênero, idade ou religião.
Querendo diminuí-lo e ofendê-lo, contraditoriamente a revista Veja nos dá o direito de concluir que os pais, alunos e educadores escutaram a voz de Paulo, a validando e praticando. Portanto, a sociedade brasileira está no caminho certo para a construção da autêntica democracia. Querendo diminuí-lo e ofendê-lo, contraditoriamente a revista Veja nos dá o direito de proclamar que Paulo Freire Vive!
São Paulo, 11 de setembro de 2008
Ana Maria Araújo Freire".

domingo, 12 de outubro de 2008

Mídia e Crise Econômica


Enquanto governos do mundo inteiro (inclui-se aqui o do Brasil) abrem seus cofres para ajudar os pobrezinhos dos banqueiros a vencer uma crise que eles mesmos criaram devido á ganância desmedida, fecham os mesmos cofres para investimentos mais que urgentes nas áreas sociais.

Algumas perguntas urgentes ficam no ar e merecem respostas claras. 

Essas perguntas não só são esquecidas pelos meios de comunicação e de jornalismo que diariamente fazem da crise um show, como são sistematicamente e devidamente enterradas na lama da omissão.

Aqui vão algumas delas:

- Nas mãos de quem foi parar todo o dinheiro que sumiu do mercado internacional? Sim, porque deve ser difícil sumir com uns três trilhões de dólares.

- Como é que bancos, como o americano Lehman Borthers, que pediu concordata há uns dias atrás têm $ 300.000.000,00 (trezentos milhões de dólares) para pagar em bônus a apenas um de seus executivos nos últimos oito anos?

- Quando lemos e ouvimos os noticiários sobre a crise financeira mundial a mídia sempre nos diz que "os bancos terão ajuda dos governos" e nunca lemos ou ouvimos uma única vez sequer a frase "os bancos terão ajuda dos governos com o dinheiro de seus contribuintes"?

- Se o mercado, como afirmam a maioria dos economistas e políticos do ocidente, deveria se auto-regular, porque tudo deu então tão errado? Não estaria na hora de pensar que se isso não funcionou no mercado pode não funcionar também como política de telecomunicação, propaganda, etc? Será que o CONAR - Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária também não vai apresentar problemas futuros?

- Se eu ou você, por exemplo, arriscarmos tudo na ciranda financeira e perdermos o nosso dinheiro também poderemos contar com a ajuda do governo?

- Alguém aqui tem ouvido ou lido na mídia alguma coisa sobre quanto e como os bancos serão punidos por tamanha irresponsabilidade?

- Será que mesmo depois de receber ajuda financeira à base de dinheiro de todos nós, otários do planeta, os bancos vão mudar suas estratégias? Alguém saberia me dizer se leu ou ouviu alguma coisa a respeito na mídia?

Vamos esperar sentados as respostas. Um dia elas certamente virão.








quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Algumas perguntinhas básicas


Essa semana a conta da farra do mercado dos bancos e do mercado de ações chegou na porta da casa de cada um de nós.

Cumpre aqui então fazer algumas perguntas que a mídia ainda não fez e deveria fazer:

Primeiro

O FHC e depois o Lula apostaram, como todos os neoliberais embasbacados por poder, que o mercado se auto regularia. A pergunta é: 

A ganância consegue ter alguma regulagem já que não tem limites? Qual o discurso agora para que os estados possam deixar em paz os agiotas e capitalistas selvagens trabalharem e explorarem em paz?

Segundo

Se durante todo esse tempo as agências que sinalizam os riscos não se deram conta de que seus cálculos estavam totalmente errados e falharam em 100%,  não estaria na hora de a imprensa e os estados decretarem a morte dessas porcarias que apenas servem a interesses de especulação?

Terceiro

Que a mídia precisa explicar as coisas direitinho para a população que vai pagar a conta do estrago. 

Explicar que ao invés de o governo dos EUA salvar as pessoas endividadas daquele país, que poderiam pagar suas dívidas e voltar para as suas casas, ao invés de dormirem em automóvieis, preferiu "salvar" os bancos e isso pode acontecer aqui. Se as pessoas pudessem pagar as suas dívidas, poderiam dessa forma e indiretamente salvar os bancos. Entendeu?

Ora, não é preciso ser economista para saber que essa gente que ficou sem casa também vai ficar sem trabalho logo logo. Ai, vai parar de comprar as porcarias que estão acostumados a comprar e contribuir para que mais otários que votam em seus candidatos e acreditam em Papai Noel fiquem também desempregados e por ai vai.

E por último:

Que é preciso saber que não existem crises isoladas no mundo desde há muito tempo. Em mundo globalizado uma coisa influencia a outra. 

À propósito, a coisa não é tão ruim quanto parece. Vamos poder pagar essa conta em muitas prestações.


domingo, 27 de julho de 2008

O Tráfico, a Política e a Mídia


Essa semana, traficantes da favela carioca Vila Cruzeiro, armados de Fuzis, exigiram que fotógrafos da Rede Globo apagassem as imagens de suas câmeras, imagens essas que haviam sido feitas durante a visita do candidato Marcelo Crivela aquela comunidade.


Fica muito claro, e já faz algum tempo, que essa e outras emissoras de TV, jornais, etc. precisam dar satisfação aos traficantes e milícias de plantão que atuam livremente no Rio de Janeiro (vide matéria sobre a equipe do jornalismo do jornal "O DIA").


Isso me faz lembrar os programas da Xuxa de uns anos atrás.


Lembra quando ela trouxe até nossas crianças a música meiga e carinhosa da trupe do "Bonde do Tigrão"?


É, do Bonde do Tigrão, aquele cara que cantava aquelas músicas infantis que falavam das cachorras, das preparadas, das popozudas e que gritavam perante todas as crianças brasileiras na telinha da Globo: "Tá dominado, tá tudo dominado".


Lembram disso?


Somente quem já sabia que não era à toa, que esse lixo era jogado dentro das nossas casas, nas mentes das nossas crianças, poderia também imaginar as consequências futuras de tudo isso.


Um estado dominado pelo terror, por uma cultura de violência fartamente propagandeada todos os dias, durante muito tempo, pela mídia nacional. Uma cultura de baixo nível oferecida alardeadamente como cultural jovem "sem maldade". Uma cultura, cujos desdobramentos, estamos assistindo agora.


Obrigado Xuxa, obrigado Rede Globo, vocês realmente tinha razão!


"Tá dominado, tá tudo dominado..."

"Tá dominado, tá tudo dominado..."

"Tá dominado, tá tudo dominado..."

domingo, 1 de junho de 2008

Mídia e Falência do Estado



Essa semana uma equipe de repotagem do jornal "O Dia", do Rio de Janeiro, foi torturada durante horas pela milícia da favela do Batan, em Realengo.




O caso teve repercussão internacional e mostra friamente o estado de abandono que se encontra o cidadão carioca.




As políticas públicas burras de segurança daquele e da maioria dos estados brasileiros - prefiro chamar de burras para não entrar no mérito da corrupção endêmica - trouxe de volta os horrores de uma ditadura que, apesar dos pesares, e da própria mídia nacional contribuir para o fato de pensarmos que ela não mais existe, ainda se encontra fortamente ensinuada dentro dos nossos quartéis e da nossa política.




É preciso urgentemente que políticos de verdade, a sociedade e suas instituições formais e informais, assim também e prioritariamente a própria mídia nacional, não se calem diante de um fato escabroso como esse.




Jornalistas são os olhos, os ouvidos e as vozes de milhões de pessoas nesse país e não podem de forma alguma serem violentados por quaisquer milícias ou quadrilhas organizadas, sejam elas institucionalizadas ou não.




É preciso trazer os fatos à tona e de forma bastante exemplar, colocar esses bandidos na cadeia e jogar as chaves fora. Não podemos sequer pensar em democracia quando organizações criminosas como essa testam diariamente até onde pode ir o poder do estado e da sociedade.




Fica aqui registrada a nota de repúdio do Imprensa na Prensa a mais um ato que vem corroborar o que todos nós, cidadãos conscientes, já sabemos: o Brasil encontra-se jogado ás traças!




Cabe agora também aos donos da mídia brasileira acordarem de seus profundos sonos de ambição e pensarem seriamente se vale a pena apoiar grupos que pregam a mentira e a corrupção, ao invés de apoiar o cidadão que trabalha e paga as suas contas em dia e que deseja apenas a merecida paz para continuar sobrevivendo decentemente.




É chegada a hora de decidir que futuro queremos não apenas para o Rio de Janeiro, mas para o país como um todo.




Basta!

sábado, 17 de maio de 2008

A mídia, essa teimosa




A nossa mídia tem uma carinha sardenta, com aparelhos nos dentes, cabelo ruivo e olhar de enfrentamento.

Essa é a carinha da menina teimosa, de roupa suja, sapato de lama e que adora encenação.

Essa menina agora deu prá dizer que o Hu Jintao é presidente, lá na China.

Eu não acredito nessa menina mentirosa, que balançando de um lado para o outro e esfregando o pé no chão, tenta fazer a gente acreditar que a China tem presidente.
Que presidente é esse que não foi eleito pelo povo, mas por um monte de gente que nem ele - gente que vegeta e se reproduz de corrupção.

Andei dando uma olhada no site da embraixada chinesa no Brasil. Eles tentam nos enganar, dizendo que o regime político da China é popular, mas a gente sabe que as coisas são ainda piores do que aqui, onde nem carro é popular, quanto mais o poder.

Está escrito lá:

"A República Popular da China é um país socialista, dirigida pela classe operária, com a ditadura democrática popular com base na aliança de operários e camponeses. O sistema socialista é o sistema fundamental da República Popular da China."

Olha como essa menina mente descaradamente! Devia levar umas palmadas! Será que não tem pai nem mãe? Que coisa feia!

A China não é um país socialista, mas é essencialmente capitalista na economia e terrivelmente facista por opção política. Não admite críticas nem confrontos. Está sempre pronta para passar com tanques em cima de estudantes. estejam eles nas ruas ou na "Praça da Paz celestial."

Como ela mesma se define: a China é uma ditadura, mas não é democrática nem popular. Seus dirigentes não pertencem ao povo, mas a uma elite de poder que está instalada naquele país há muito tempo.

O sistema socialista da China, socializou apenas os deveres, mas não os direitos. A maioria da população da China, e olha que eles são muitos, nasce, cresce e morre sem nunca ter podido criticar seus governantes. Os que criticam morrem mais cedo.

Ai vem a menina mentirosa e teimosa que é a mídia, dizer pra gente que o Hu Jintao é presidente da China. A China não tem presidente menina! A China tem ditador!

Que teimosa e mentirosa essa menina! Há se fosse minha filha!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O Cordel da Reconstituição

É domingo ensolarado
Tem gente de todo lado
Pra assistir a encenação

Parece circo, parece teatro
Tem nego vendendo bala, picolé, pastel fritado
Tem polícia, milico por todo o lado
Tem um cheiro, um ar de satisfação

Tem aposentado vestido de anjo
Tem nordestino crucificado
Com cartaz, dente de ouro e retrato
Querendo representar a inquisição

Tem também muita imprensa
Muita gente querendo justiça
Muita criança no colo sob o sol
Ninguém parece ter preguiça

Tem gente que estava ali
Apenas para passar o tempo
E enquanto passa esse tempo, de domingo bolorento
Dá depoimento pras câmeras da televisão

Fica famoso, quase rico
Aparecendo na telinha
Fica contente e quase canta
Dizendo que há ainda esperança
Que se faça a justiça

E assim passa o domingo
Entre gente burra e cientista
Que com aparelho caro desliza
Sob os olhos da multidão

Essa mesma multidão
Que tanto admira a mídia
Que dizem: faz seu papel de notícia e informação

Essa mesma gente emotiva
Olha pro resto do mundo pálida
Com cara de quem não quer nada
Querendo que ele fosse diferente

Esquecem de todas as meninas
Que rotas, rasgadas, sujas e mortas
As suas, os do visinho ou as das esquinas

Que formam um batalhão esquecido
De um Brasil apenas visto
Pelos olhos da televisão

Essa mesma gente que grita
Se rebela, se espreme, se agita
Queremos agora a justiça!
Fica calada e quase morta
Perante tanta pobreza, desgraça torta

Desse país grandioso
Cuja gente mesquinha
Que adora notícia triste
E que com os dedos em riste
Exige respeito ao cidadão

E assim acaba o domingo
Como em fim de espetáculo ou circo
E essa gente caminha pra casa
Levando no coração a certeza
Que cumpriu sua missão

E vem a segunda-feira
E tudo é novamente comentado
Tudo novamente verificado
Só pra todos terem a certeza
Que o mundo continua na escuridão

Tenho pena dessa gente
Que sem saber que por de trás do show
Existem mentes frias e doentes
Que como urubus do campo
Saciam sua sede de lucro
Com a desgraça de cada um

Mas há de chagar um dia
Em que a luz brilhará novamente
Os domingos serão belos, macios, diferentes

Nesse mundo novo
Minha gente, nossa gente, nosso povo
Verá as coisas como realmente são
Sem diretor de imagem
Sem cortador de palavra na reportagem
Sem recorte ou edição

Essa gente, minha gente
Lavada de todo esse mal
Acordada de pesadelo profundo
Vera surgir um novo céu, um novo mundo
Apenas com os olhos, com a mente e com o coração

sábado, 26 de abril de 2008

A Notícia Que Não É Notícia


Deu hoje no G1 - Portal de jornalismo eletrônico da Globo - notícia sobre ocupação dos estudantes na reitoria do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA).


O jornal trás á tona os seguintes tópicos:


- A reitoria pediu a não intervenção da polícia no caso.


- Os estudantes que ocuparam o local pedem a saída do reitor, Odair Bermelho, de seu cargo.


- Entre as "reivindicações" estão também a reabertura de cursos fechados da instituição.


- Segundo a PM em Santo André, não houve mobilização de equipes para a área, a pedido dos próprios representantes da Fundação.


- A advogada da instituição registrou a ocorrência no 4º Distrito Policial da cidade.


O jornal trás ainda informações sobre as últimas intervenções da tropa de choque contra os estudantes da fundação, nos dias 13 de setembro e 18 de oputubro passados.


Bem, só faltou uma coisa: informar quais são as outras reivindicações dos estudantes e o porquê da solicitação de afastamento do reitor.

A notícia parece que não noticia. Fica faltando algo para que o leitor saiba realmente o porquê dos fatos.

Faltou ainda explicar o que está acontecendo desde o ano passado, já que o leitor pode estar chegando agora.


Fica faltando notícia.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

O Tiradentes

Hoje se comemora a inconfidência mineira, o dia de tiradentes. Isso mesmo, aquele cara que morreu porque reclamou que o governo da época cobrava 20% de impostos dos cidadãos. Se ele estivesse vivo hoje com uma carga tributária de mais de 50%, provavelmente sua clínica dentária teria ido à falência.

Passando em revista o que alguns jornais brasileiros publicaram hoje sobre Tiradentes, dá para perceber, salvo algumas honrosas excessões, que ninguém quer que a gente saiba porque hoje é feriado. Também de 20% a 50% a diferença é gritante.


Vamos à lista:




Correio da Bahia - Corrida Tiradentes









segunda-feira, 14 de abril de 2008

E Agora, Quem é Que Vai Dizer Que mentiu?

Durante esses últimos meses a mídia se prestou ao que realmente sabe fazer: política.

Dessa vez foi a aposta que ela fez no sucesso no programa de biocombustíveis à base de alcool do governo Lula.

Para melhorar a vida dos usineiros do país e acabar de vez com a amazônia, o cerrado e sabe-se lá até onde esses caras vão plantar cana, a mídia cumpriu o seu papel de guardiã dos poderosos e entrou na onda do milagre da cana brasileira.

Agora, depois de tanto alarde, ela vem novamente ao seu querido leitor, de cabeça baixa e tímida, desmentir tudo o que pregou durante um bom tempo, ou seja: a política dos biocombustíveis provenientes da cana de açuçar, como muita gente inteligente tentava dizer e não era sequer ouvida, pode se tornar muito em breve o pesadelo do mundo.

Em matéria intitulada "Biocombustíveis são crime contra a humanidade', diz relator da ONU" o portal G1 da Globo nos informa que conforme "declaração do suíço Jean Ziegler, em entrevista a uma rádio alemã, a produção em massa de biocombustíveis representa um crime contra a humanidade por seu impacto nos preços mundiais dos alimentos."

Tava na cara que ia acabar assim, só a mídia e quem mais iria ganhar poder e dinheiro com isso não queria enxergar. Onde se planta cana não se planta comida. Se todo mundo resolver plantar cana para encher o tanque dos milhares de automóveis que são vendidos diariamente, todo mundo vai ter carro e ficar magrinho, pois não vai ter o que comer.

Segundo ainda o jornal, "Ziegler pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que mude suas políticas sobre os subsídios agrícolas e deixe de apoiar apenas programas destinados à redução da dívida. Segundo ele, a agricultura também deve ser subsidiada em regiões onde se garanta a sobrevivência das populações locais" e ainda "acusou a União Européia de dumping agrícola na África. "A UE financia as exportações de superávits agrícolas europeus para a África, onde são oferecidos pela metade ou a um terço de seu preço de produção", queixou-se Ziegler. "Isso arruina completamente a agricultura africana."
Mas não é só isso. Os caras do poder vão ter que se preocupar muito com o que pode vir pela frente, pois a gente pode até ficar sem um carrinho para passear aos domingos, mas ninguém fica muito tempo de estômago vazio sem roncar e achar um culpado. O nosso Ziegler, que é matuto nesse assunto, "também advertiu que o mundo se dirige para "um período muito longo de distúrbios e outros tipos de conflitos derivados da escassez de alimentos e aumentos de preços". Para bom entendedor essas palavras bastam!

Resta agora a gente rezar para que da próxima vez (se houver uma próxima vez), o quarto poder possa pensar um pouco antes de ser cúmplice nesses esqueminhas. Resta também saber se alguém ai vai ser franco e dizer que mentiu. Se não foi mentira, então foi burrice. Quem é que vai assumir?

domingo, 13 de abril de 2008

Que Cultura é Essa?


Hoje no "O Globo" on line, a coluna "Cultura" da capa, nos oferece as seguintes opções:




Então fica assim. Quem quiser saber quanto fatura um artista, ou quem se acidentou na semana ou ainda quem jogou água em quem, pode acessar a coluna de cultura do "O Globo".


Você tem ainda outras opções quando acessa o link principal da página "cultura". Vejamos algumas:






Gostou das informações sobre "cultura"?


Eu dei uma boa passada nas notícias e não li nada sequer sobre o lançamento de algum livro.


Sobre artes plásticas apenas uma mostra de Goya no museu do Prado e a chamada "Nu de obesa será quadro mais caro do mundo". Essa última mais me parece uma chamada da coluna de economia do que da coluna de assuntos culturais.


É isso ai. Quem quiser cultura de verdade agora tem que fechar seu jornal na internet.

domingo, 6 de abril de 2008

As Olimpíadas da Vergonha

Essa semana, ao ler as postagens do jornalista Haroldo Castro em seu blog "Viajologia", me veio á mente o quanto o materialismo nos tornou insensíveis ás coisas realmente importantes para nossa existência.

Depois que o governo chinês, num salto quântico que foi do imbecilismo comunista ao idiotismo consumista moderno, provando que é possível ser bem recebido e realizar bons negócios em todo o mundo, mesmo tratando seu próprio povo como bestas de cargas e fomentando genocídios culturais, não podemos esperar muita coisa do futuro da ética e do planeta, se não agirmos com a mesma coragem com que os jovens tibetanos enfrentam atualmente seus algozes.

Os jovens tibetanos não estão sendo perseguidos apenas em seu próprio país, mas praticamente em todo o mundo. Mais ainda nos países que têm relações comerciais muito fortes com a China. O dinheiro está falando mais alto e, podem ter certeza meus amigos e amigas, esse mesmo dinheiro ainda vai destruir esse lindo planeta azul.

A maioria pode achar que o que estou dizendo é mentira. Que, ao contrário, muitos países estão do lado dos tibetanos, mas essa é que é a mentira deslavada.

A China se transformou no sonho de todo capitalista. Embora alguns países façam vista grossa para as manifestações e finjam estar apoiando o povo do Tibete contra um regime absurdamente violento e cínico, seus negócios com esses bandidos e assassinos vão de vento em popa. Quando os negócios vão bem com gente que faz o mal, quem leva a pior são aqueles que sofrem suas perseguições, no caso, o povo tibetano.

Não estou aqui dizendo que é o povo chinês o perseguidor, o explorador. O povo chinês, que é maior vítima de um regime ditatorial. Esse regime, escondido atrás de uma carapuça comunista, tornou os nossos maiores e piores capitalistas ocidentais simples amadores na arte da exploração e da degradação da natureza e da vida.
O povo chinês também sofre e sofre muito!

Estou falando de uma casta de poder que existe naquele país, que nasceu da corrupção de um regime que não conseguiu transcender a ganância de seus dirigentes. Essa mesma casta que se dizia contra qualquer tipo de bem privado e jogou milhões de vidas em seus calabouços fétidos em nome de um socialismo que nunca existiu, hoje adora os mesmos bezerros de ouro dos ávidos gananciosos ocidentais.

E onde a mídia mundial entre nesse jogo de mentira e morte? Onde sempre entrou: pela porta dos fundos, agindo sorrateiramente, também em nome de sua ganância de dinheiro e poder. Ou vocês acham que a China sediaria uma olimpíada caso não houvesse a contribuição maciça dos meios de comunicação para que isso se desse?

Ou vocês ainda acham que a escolha desse país como sede dos jogos olímpicos de 2008, jogos que representam o que existe de mais puro das relações entre povos, não foi propositalmente comprada com dinheiro sujo? Alguém aqui ainda acredita que a China tem alguma condição moral de sediar esses jogos? Pois eu não. Inclusive minha opinião é bem firme nesse sentido. Iremos assistir aos jogos olímpicos mais vergonhosos da história moderna.

Mas cuidado povo desse planeta! Lembram-se dos jogos olímpicos na Alemanha de Hitler? Cuidado! Pouco tempo depois o Führer não jogaria seus cachorros sobre povos até então pacíficos? Cuidado com essa gente de duas caras. Essa gente que esconde as notícias, que adora as propagandas, os grandes desfiles, que se patenteiam como salvadores de suas nações, mas que não suportam que as verdades venham á tona. Cuidado com essa gente que acende uma vela para a liberdade e outra para a escravidão! Dia virá que a verdadeira face desses lobos fantasiados de carneiro assaltarão não apenas os pastos, mas entrarão na casa dos pastores e devorarão seus filhos. Essa gente não merece nossa confiança. Não merece nosso respeito.

Eu lamento ainda o quanto os nossos jovens estão sendo iludidos por essa mesma mídia que corrobora regimes como esse da China. O quanto são bombardeados com a promessa de que apenas o dinheiro, o lucro e as porcarias de marca trarão a felicidade tão almejada por corações ingênuos. Eu lamento que quase nenhum intelectual desse podre país levante sua voz para alertar essas gerações enganadas dos perigos de se endeusar o dinheiro e se esquecer da divindade da liberdade e da vida.

Pois, se pelo menos aqueles que possuem a experiência e o conhecimento das conseqüências nefastas de estados, cuja solidez está apenas na quantidade de divisas acumuladas, de poços de petróleo, de campos de cana e de cabeças de gado, se pelo menos algumas vozes se levantassem para alertar os que ainda não conhecem as maldades dos novos Cézares, então poderíamos ter alguma esperança num futuro mais humano. Se pelo menos alguém viesse a público e dissesse: basta! Chega de tanta mentira! Então poderíamos ainda saber que nem tudo estaria perdido.

Mas ainda assim os mais derrotistas, aqueles que se acovardam diante dos absurdos diriam: mas como lutar com algo tão poderoso?

Para esses minha resposta é simples: Tira deles o que mais os deixa felizes e poderosos, ou seja, pára de comprar seus produtos e desliga sua televisão durante os jogos olímpicos de 2008. Seus bolsos ficarão vazios e suas vozes mudas.

Eu farei isso!

Certamente o povo do Tibete irá nos agradecer.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Lista de Coisas Que a Gente Não Sabe


Depois de algum tempo sem postar nada no "Imprensa Na Prensa", resolvi fazer uma lista simples de coisas que a gente não sabe e que a mídia até hoje não explicou para a gente.


Essa lista é apenas uma lista, nada mais que isso. Não quero de forma alguma que algum meio de comunicação brasileiro fique bravo comigo com as coisas que eu vou listar abaixo. É só um a lista para eu não esquecer das coisas que eu não sei e ninguém me explica.


Ai vai então:


1) Eu não sabia que era crime um governo trazer até a população um dossiê com as informações dos gastos do governo passado.


2) Eu não sabia que o presidente ficava feliz porque a gente não pára de achar petróleo nas costas do Brasil. Achei que a gente estava querendo não usar mais petróleo, porque ele faz mal à natureza.


3) Achava que a Roseane Sarney era inimiga declarada do PT. Fiquei realmente confuso quando ela apareceu na TV falando bem do Lula.


4) Achava realmente que eu pagava muito imposto, até saber que os bancos pagam bem menos que eu. Descobri então que eu pago mais do que pagava.


5) Achava que as entrevistas que os repórteres fazem com os políticos em Brasília eram ao vivo. Não sabiam que eram editadas e que ainda passavam pelo crivo dos próprios políticos para serem liberadas á população.


6) Eu achava que toda droga era proíbida. Não sabia que cerveja e cigarro eram drogas também. Se usar drogas é pecado mortal, como diz o Papa, será que vamos todos para o inferno então?


7) Eu pensava que os espanhóis gostavam da gente, afinal eles compraram tantas empresas no Brasil!


8) Eu não sabia que era a gente que pagava pelos hospitais. Nunca colocaram meu nome e nem de nenhum dos meus amigos ou parentes numa placa de inauguração.


9) Se não existe epidemia de dengue no Rio de Janeiro, porque os hospitais estão tão cheios e tem tanta gente morrendo?


10) Se toda CPI acaba em pizza, porque a gente não inventa outra coisa? Pizza engorda.


Bem, daqui um pouco me lembro de outras coisas que ainda não sei e incluo na lista.

domingo, 27 de janeiro de 2008

A Censura de Omissão


Muita gente acha que censura é quando alguma coisa é proibida.

Então as pessoas pensam que coisas censuradas são aquelas que a gente sabe que existe, mas não pode ter acesso.

Mas esse tipo de censura, tenham certeza senhoras e senhores, é a censura mais light, perto de uma outra que é muito mais cruel e desavergonhada.

Trata-se da censura de omissão, que é quando até a informação da existência de determinadas coisas ou fatos, são negados aos cidadãos. Essa forma de censura é mais perversa que a censura da proibição, pois ela não deixa brecha para qualquer dúvida, aliás as dúvidas não surgem porque os fatos que as determinam, não chegam a público.

Esse tipo de censura é muito comum dentro e fora do nosso país, mas acontece que a gente não fica sabendo que as coisas e os fatos estão sendo censurados, por isso, é essa a censura mais perigosa que existe.

A censura de omissão pode ser realizada por vários motivos, mas a técnica é sempre a mesma, ou seja, não deixar os fatos virem à tona.

Um exemplo seria aquele onde os meios de comunicação divulgam apenas o que é mais vantajoso e menos “perigoso”. Perigoso no sentido de formação de opiniões que possam contradizer o mundo idealmente fabricado por essa mesma mídia, esse mesmo sistema de informações.

Na maioria dos casos, a censura de omissão colabora com a propaganda de determinadas idéias em detrimento de outras. A censura de omissão pode levar desde pessoas, empresas, grupos, ou até países inteiros à guerra, à falência, à desmoralização.

Querem ver um exemplo bastante atual?

Em 19 de dezembro de 2007, os representantes dos índios americanos Lakota Sioux declararam status de nação soberana em plena capital dos Estados Unidos da América, revogando assim todos os tratados anteriormente firmados entre esse povo e os governantes americanos. Esses tratados foram assinados em 1853 e 1868 em Fort Laramie, Wyoming.

Segundo declarou Russell Means, Itacan de Lakota: "O domínio colonial dos Estados Unidos chegou ao fim...hoje é um dia histórico e nossos bisavós falam através de nós. Nossos bisavós fizeram tratados de boa fé com o sagrado Canupa e com o conhecimento do Grande Espírito.”

Russel ainda completa dizendo que "eles (EUA) nunca honraram os tratados, essa é a razão para nós estarmos aqui hoje."


Mas muita gente deve estar se perguntando: por que essa notícia é tão relevante para nós brasileiros?

Ela não é apenas relevante para nós brasileiros, como para todos os povos que ainda vivem sob o julgo dos opressores, sejam esses povos oprimidos, politicamente, financeiramente, pelos sistemas de informação ou pelo conjunto de tudo isso e muito mais.

Quando essa notícia não chega até nós, não ficamos sabendo que um grupo, uma etnia pacífica, que vem sendo há séculos vergonhosamente explorada, quase dizimada através de uma política genocida, pela maior economia do mundo e, praticamente funda um estado independente dentro desse poderoso estado, alguma coisa importante está acontecendo.

Quando esse fato nos é negado incondicionalmente, achamos que as coisas são como são e não podem ser mudadas. Achamos que o mundo é assim mesmo, sempre foi e sempre será.

Esse grito de liberdade do povo Sioux só pode ser comparado aos grandes movimentos de libertação mundiais. Vejam bem, no caso dos Sioux, nenhuma Princesa Isabel assinou lei nenhuma. Eles próprios estão se libertando e dizendo ao poderoso Tio Sam e ao mundo inteiro, que basta!

Talvez seja por isso que essa notícia não chegou até nós. Fico imaginando que eles poderiam ser um mau exemplo para todos aqueles que se sentem oprimidos dentro de seu próprio país.

Fica claro também que a mídia nacional também deve ter medo de um basta!


Quem quiser ler mais sobre o assunto, listo alguns links abaixo:















Quando Traduzir é Perigoso



Em matéria intitulada "Cenas exclusivas do Manifesto de Vivienne Westwood” o Estadãoãoão on-line convida os leitores a assistir cenas do manifesto contra a propaganda, feito pela estilista Vivienne Westwood, homenageada recentemente no SPFW.


Em nenhum momento o jornal comenta quais os principais pontos do manifesto, nem sequer dando uma canjinha para os seus leitores, quanto ao conteúdo subjetivo do evento.


Ao contrário, exibe apenas o vídeo em língua inglesa. Faltou apenas uma informação do jornal, abaixo da telinha, onde deveria estar escrito: "quem não sabe inglês que se dane".


Num país onde a maioria da população não sabe nem o significado das palavras na língua pátria, veicular um vídeo o uma notícia dessa forma é quase um insulto à população.


Seria bem melhor, talvez muito mais correto, o jornal garantir o acesso à informação, comentar a notícia ou traduzir seus pontos principais aos nossos conterrâneos que não tiveram a chance nem os recursos de aprender o idioma dito universal.


Se a moda pega, daqui a bem pouco tempo, teremos em nossos jornais eletrônicos matérias que remeterão os leitores à informações em Russo, Persa e talvez até em grego e aramaico arcaico. Fica mais fácil, mais barato e muito mais chique, não é mesmo? Isso pode acontecer porque quem tem que se virar para entender uma notícia em outra língua é o leitor. Se não entender, que se dane!


Mas sinceramente eu acho que o jornal não optou por essa forma de "divulgação de informação" apenas por avareza. Creio que o que está por detrás disso é muito mais sério e talvez, aos olhos dos editores, muito mais "vantajoso".


Discutir a propaganda no Brasil virou tabu. Ninguém pode discutir se os profissionais e as agências de magia da comunicação estão do lado branco ou do lado negro. As técnicas de empurrar produtos e idéias goela abaixo dos brasileiros não estão em discussão. Isso além de antiético, faz parte de um movimentozinho sem importância de empresários, produtores e mídia, que visam deixar nossa população bem distante de conhecer os verdadeiros efeitos da propaganda e como ela pode ser usada para construir impérios financeiros e políticos. Não é à toa que marqueteiros recebem muito bem pelos serviços prestados. Eu não conheço nenhum que esteja pobre, mas conheço muitos que ficaram milionários.


Se alguém aqui tem alguma dúvida sobre isso, por favor, tente listar três programas ou documentários que tenha assistido sobre o assunto nos últimos 30 anos na TV aberta. Quem conseguir ganha uma viagem com tudo pago à lua. Quem conhecer um marqueteiro pobre, ganha uma viajem á plutão.


Então é assim. Quando aparece uma oportunidade de discussão sobre assunto tão importante, dentro de um evento muito famoso e de muita abrangência, informa-se o cidadão, mas em outra língua, é claro.


Quem está reclamando e quiser saber mais sobre o assunto, basta acessar o link da ativista no endereço http://www.activeresistance.co.uk/


Mas não se espante, porque estará tudo em inglês, pois traduzir pode ser muito perigoso.


Quem acessar e não entender, que se dane!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Eu Queria Tanto Saber...

Está faltando alguma coisa!

Essa é a impressão que temos quando lemos, ouvimos ou assistimos as notícias na mídia eletrônica sobre as causas e conseqüências do aquecimento global.

Em relação às causas, mesmo com tantas controvérsias existentes em virtude das diferentes visões dos cientistas (alguns acham, inclusive, que o aquecimento global é uma lenda), a mídia tem se mostrado tacanha ao não aprofundar essas visões. Por exemplo, salvo raras exceções, não temos informações sobre até que ponto essas causas são naturais e até que ponto são provocadas pela ação do homem.

Quando digo que não temos informações, estou dizendo que tanto a visão mais otimista quanto a visão mais pessimista, não estão tendo espaço adequado nos meios de comunicação e informação. Fica, me parece, uma coisa no ar, um gosto de sem sal.

Claro que algumas teorias ainda não foram totalmente comprovadas, pois, dependendo de alguns cientistas, vamos esperar o mar chegar a Minas Gerais para comprovar essas teorias. Um bom aprofundamento poderia ser aquele que nos mostrasse o quanto estamos colaborando com os nossos hábitos de vida e consumo, para que nossos irmãos mineiros, muito em breve, possam desfrutar as delícias praianas.

O que também fica faltando é a gente entender como é que as coisas vão funcionar se cientistas mais pessimistas estiverem corretos em suas previsões.

Para se ter uma idéia, no jornal BBC on-line de hoje, em matéria intitulada "Aquecimento está se acelerando, adverte Gore", ficamos sabendo que:

"os resultados de pesquisas divulgadas recentemente indicam que o ritmo do aquecimento global é ainda pior do que as projeções mais pessimistas feitas pelo IPCC (Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas). Segundo ele (Gore), se esse ritmo for mantido, o gelo no Pólo Ártico poderá desaparecer completamente nos períodos de verão em um prazo de cinco anos".

Então está faltando a gente realmente entender algumas coisas, que não estamos entendendo porque não estamos sendo "levados" a entender e a conhecer, não estamos tendo acesso ao que já é conhecido por alguns cientistas, sociólogos, etc.

Essas informações que não recebemos, deveriam abarcar assuntos muito importantes, de como, por exemplo, tudo o que sabemos e conhecemos como "vida real", vida do dia a dia, poderá se transformar enormemente em poucos anos. Se transformar para pior, é claro!

Se já temos, na maioria dos países pobres e emergentes como o Brasil, problemas sociais difíceis de corrigir, imaginem como vai ser quando o clima de regiões inteiras for modificado, faltar água, a comida escassear, as reservas dos países começarem a murchar, os ventos ficarem mais fortes, o frio ficar mais frio em regiões de favelas, etc.

Quando não recebemos essas informações importantes, não ficamos sabendo também, o que os nossos digníssimos burocratas, tecnocratas e políticos estão fazendo desde já, para prevenir e minorar as conseqüências de tudo isso. Se é que estão fazendo alguma coisa.

Se estiverem fazendo alguma coisa - e esses caras sempre fazem coisas - precisamos saber por que estão fazendo algumas e deixando de fazer outras. Precisamos urgentemente saber se:

- Plantar soja é mais importante do que conservar a Amazônia.

- Alugar ou vender a Amazônia para cortadores de madeira é mais viável do que conservar as árvores.

- O dinheiro gasto para abrir mais poços de petróleo é uma aplicação mais vantajosa do que pesquisar novas fontes de energia sustentável e colocá-las em prática.

- Plantar cana para transformar em etanol resolverá de verdade nosso problema de poluição e consequentemente de aquecimento global, ou é apenas um jogo para ganhar dinheiro com exportação.

- Desviar rios enormes para abastecimento de algumas cidades não vai deixar outras sem água, daqui algum tempo, quando o clima mudar.

- Os sistemas de energia, nos quais estamos investindo tempo e dinheiro, vão funcionar num mundo novo e diferente.

- Vai haver água para movimentar nossas atuais hidrelétricas.

- As usinas atômicas de Angra vão ficar alguns metros abaixo do nível do mar e se os funcionários de lá terão que trabalhar de escafandro.

Ou seja, se as medidas que estão sendo tomadas agora são as melhores para esse futuro próximo, ou se são apenas fruto de uma visão míope e imediatista de gente que só quer poder e dinheiro.

Precisamos realmente entender tudo isso para podermos dar as nossas opiniões de cidadãos, para poder votar em quem realmente sabe alguma coisa e merece nosso voto. Mas para entender é preciso conhecer, para conhecer é preciso estar informado através de fontes fidedignas.

Todos nós queremos realmente saber, entender, mas parece que está faltando alguma coisa.

Eu queria tanto saber...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Quanto vale o Youtube?


Nessa última semana o site de conteúdo multimídia Youtube mostrou a sua cara.


Os famosos vídeos postados naquele site, que mostram alguns membros mais famosos da elite carioca atirando ovos de suas janelas nas pessoas e veículos, foram retirados pelo Youtube, a pedido da Rede Globo. Não adiantou, eles estão de volta.


Num desses vídeos, o diretor do BBB, o famoso Boninho, dá um depoimento no mínimo realista da verdadeira face da elite econômica brasileira. Ele, com bastante orgulho, conta como já jogou muito ovo em "vagabunda" de São Paulo.


Triste mesmo ver essa gente famosa e endinheirada dando esse mal exemplo, mas não se pode exigir muito mesmo da elite de um país cujo povo humilde sempre foi castigado pelo desprezo dos poderosos.


Espero sinceramente que os católicos estejam errados e que essa gente não encontre o destino que realmente merece.


Esses vídeos são um show de insensibilidade. A Globo podia até fazer um BBB da elite brasileira. Ai sim a gente ia ter realmente muito o que dizer sobre mal gosto e ignorância.


Deixo aqui abaixo os links para os vídeos, até não sei quando o Youtube permitir.

http://youtube.com/watch?v=MqkpTkWpYqs
http://youtube.com/watch?v=amxe6N14TPw&feature=related

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Os Especialistas Especializados em Especialidades Específicas


Eu realmente fico surpreso em assistir como a mídia consegue ser tão infeliz, tão mal intencionada e tão cara de pau.


Ao invés de os senhores donos da informação e da notícia nacional trabalharem para que a população consiga entender o fato de que, as grandes cidades brasileiras não são mais seguras por conta de uma crise social que se arrasta há décadas, devido aos constantes roubos aos cofres públicos, corrupção política e à incompetência das autoridades e do governo, e de alguma forma exigir mudanças, ela trás através de seus meios de comunicação, "receitas" de como o cidadão vai ter que se portar daqui para frente, para conseguir tentar sobreviver dentro do caos que assola o país do samba e do carnaval.


Essas receitas escondem também o fato de que a mídia quer contribuir para fazer o cidadão acreditar que as coisas são assim mesmo e vão piorar ainda mais. De que a vida é assim e não adianta espernear. Que essa violência toda já é coisa normal do cotidiano, portanto, o que resta agora são os truques de sobrevivência.


Mas a mídia não age sozinha nesse plano. Ela conta com um batalhão imenso de gente que se especializou em especialidades especiais. Eles são chamados até nós, através dos meios de comunicação, para dar "conselhos" práticos ao contribuinte que paga seus impostos corretamente e que, espera no mínimo, poder viver sem medo do escuro.


Hoje em matéria do Globo on-line intitulada " Especialistas dão orientações para motoristas evitarem assaltos ", o jornal eletrônico trás dicas "valiosas" aos seus leitores, trazidas por alguns grandes especialistas em especialidades.


A fim de colaborar com a mídia, eu coloco as dicas desses especialistas e minhas observações abaixo, talvez dessa forma eu também possa contribuir para que o cidadão fique mais protegido.


1) Evitar o elemento surpresa


Obs* - Para evitar o elemento surpresa basta não ser surpreendido. A surpresa é quando alguma coisa acontece sem esperarmos que ela aconteça, portanto, sempre espere que alguma coisa possa acontecer. Enquanto isso esqueça o trabalho, o lazer, seus planos e projetos. Para se manter imune às surpresas, você não poderá pensar em nada, apenas no que poderá acontecer.


2) Devemos estar sempre atentos, mas não deixar que o medo leve-nos a uma sociedade de controle.


Obs* - Para isso existe uma receita bastante interessante. Quando você ficar com medo, finja que não é com você. Toda vez que você olhar para uma câmera de segurança, siga as instruções da plaquetinha e sorria; você apenas está sendo filmado! Resumindo: siga também o conselho da Marta: relaxa e goza.


3) Os motoristas devem evitar áreas de risco.


Obs* - Enquanto não temos mapas específicos de áreas de risco á venda nas bancas de jornais e livrarias, fale com o seu vizinho, com seu colega de trabalho. Procure saber quais as áreas de risco. Se a sua rua ou o seu bairro forem áreas de risco, não saia de casa enquanto o risco não passar. Seja cuidadoso.


4) Evite a proximidade de motociclistas com garupa.


Obs* - Para isso o conselho que dou é bem simples. Apenas trafegue em ruas que não tenham motociclistas. Ainda não existem mapas dessas ruas à venda em bancas de jornais e livrarias, mas logo elas serão lançadas. É só uma questão de tempo.


5) Diminua a velocidade antes dos semáforos (sinais no Rio) para não emparelhar com motociclistas.


Obs* - Se você não conseguir diminuir a velocidade porque está num congestionamento de 150 km, use a dica da observação no. 2: relaxa e goza!


6) Se for assaltado, saia do carro com as mãos para cima, com calma, mas sempre alerta.


Obs* - Se você não sabe como sair com as mãos para cima, é só lembrar de um daqueles filmes de bang bang que seu avô assistia nos cinemas. Se não der para manter a calma, não desmaie, se desmaiar levante, ou melhor, levante com calma, com as mãos para cima, mas sempre alerta. Se nenhuma dessas coisas funcionar, volta a usar a dica no. 2: relaxa e goza!


7) Se você é mulher, nunca ande sozinha, sempre tenha alguém com você. Mulheres sozinhas são mais assaltáveis.


Obs* - Encontre alguém que possa sempre estar com você. Leve essa pessoa, de preferência do sexo masculino, para todo lugar. Se você for casada, faça o seu marido compreender que aquele cara alto, de olhos claros e sarado que anda saindo pra todo lugar com você é apenas a sua "companhia anti-assalto". Ele vai entender.


8) Deixe sempre bolsas, laptops e equipamentos que chamam a atenção dentro do porta-malas.


Obs* - Se você for assaltado(a) e te colocarem dentro do porta malas, faça os ladrões passarem esses acessórios para um dos bancos do veículo, onde possam ficar seguros.


9) Normalmente o assalto ocorre quando o veículo pára ou diminui a velocidade.


Obs* - Nunca pare, nem mesmo num congestionamento de 150 km.


10) Evite parar na primeira fila.


Obs* - Se parar, peça para que o motorista de trás passe por cima e pare na sua frente.


11) No trânsito, sempre é bom encostar seu carro ao lado de outro veículo, fechando o corredor para os motoqueiros.


Obs* - Se não der, fique balançando seu veículo para a esquerda e para a direita, para frente e para trás, fechando dessa forma os corredores laterais. Com isso você também não estará parado no trânsito, o que pode ser um perigo.


Bem espero também estar ajudando nossos motoristas a se sentirem um pouco mais seguros. Prometo que em outra ocasião voltarei com dicas para os motociclistas poderem se proteger da população enlouquecida.






segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O Bode Expiatório



Os motociclistas das maiores cidades do país já estão ficando preocupados com o aumento da violência contra eles no trânsito dessas cidades, fruto da idéia perolada do governador do Rio de Janeiro e de mais algumas mentes brilhantes do país, que insistem em afirmar que a culpa do aumento da violência urbana é dos motociclistas.

Isso nos faz lembrar como uma pequena idéia, uma frase rebatida várias vezes, pode fazer a gente ir acreditando em tudo o que alguém quiser que acreditemos.

Assim foi com o nazismo. No meio de uma crise de valores, econômica e política, alguém teve a infeliz idéia de jogar a culpa em alguém. Nascia então o nazismo e a perseguição implacável contra um povo inteiro e algumas minorias, dentro do estado que se dizia mais intelectualizado e racional do mundo moderno. O povo alemão começou a ser então bombardeado com a promessa de que sem os judeus e sem aquelas minorias (ciganos, homossexuais e até doentes mentais) estaria á salvo de todos os seus problemas sociais, econômicos e morais.

Aqui está acontecendo uma coisa parecida. Algumas mentes brilhantes querem nos fazer acreditar que a culpa da violência urbana é dos motociclistas. Para isso usam a mídia diariamente para nos bombardear com essa asneira.

Isso não é coisa gratuita. É que essa gente que está no poder não pode simplesmente chegar para nós e ser franca. Dizer claramente que a situação já está fugindo do controle. Que em algumas cidades do país já vivemos uma guerra civil com baixas diárias, por conta da falência dos instrumentos do estado.

Essa gente não quer perder a boquinha, então é preciso desviar a atenção criando um bode expiatório, ou como se diz no sertão brasileiro, "arrumar um boi de piranha".

Mas essas medidas não conseguem realmente arrumar a casa, pois elas são fabricadas apenas para desviar a atenção, jogando uma parte da população contra ela mesma, dessa forma a população continua achando que os governantes não têm culpa de nada, que são ótimos, competentes e, que estão fazendo de tudo para melhorar as nossas vidas.

A maioria das pessoas que acredita nessas baboseiras são aquelas que não possuem uma visão aprofundada dos mecanismos do poder e das causas profundas das crises pelas quais estamos passando. São pessoas que vivem, vamos dizer assim, num mundinho bastante egoísta e que acreditam em idéias miraculosas, em salvadores da pátria, como se as coisas acontecessem espontaneamente, sem causas específicas.

Na Alemanha de Hitler, foram essas mesmas pessoas que acenderam os fornos e construíram o holocausto. Depois de terminada a guerra, essas mesmas pessoas voltaram às suas vidas normais, como se nada tivesse acontecido. Ficaram apenas sabendo que não eram exatamente os Judeus a causa de seus males, mas já era tarde demais para voltar o tempo. Milhões de vidas haviam sido horrivelmente subtraídas.

Nessa época na Alemanha, a mídia tinha uma relação com o poder muito parecida com a que tem agora. Ela simplesmente contribuía para o aumento da ignorância e da confusão. Assim foi criado o nazismo. Ela martelava todos os dias nos rádios, nos jornais, nos cinemas (ainda não havia TV), que os judeus eram os culpados de tudo. E as pessoas que seguem as modas, os modelos e as modelos, foram acreditando. Ninguém questionava nada. Quem questionava, era logo "subtraído" e desaparecia. Quem questionava era o chato, o estraga prazeres.

Assim foi construído o nazismo.

Assim são criados todos os regimes que regem pelo medo e pela ignorância.

A Mídia Precisa Explicar


Hoje, em matéria intitulada "As doações de bancos comprometem votação", a revista Veja on-line nos informa que:

"O governo corre o risco de não conseguir aprovar no Congresso o aumento que pretende impor à Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos, proposto como uma das maneiras de compensar o fim da CPMF. Isso porque um em cada sete dos parlamentares que votarão sobre o tema teve sua campanha financiada por algum (ou vários) banco(s) em 2002 e 2006, e pode, portanto, retribuir o favor, vetando o aumento do imposto sobre eles."

Ora, se os políticos não estão a favor do aumento da contribuição social dos bancos porque receberam dinheiro desses últimos em suas campanhas, então o que os bancos fizeram não foi doar, mas corromper, propinar.

Se os bancos tivessem realmente doado o dinheiro, significa então que o dinheiro poderia ser usado pelos políticos sem que eles tivessem que dar quaisquer satisfações ou retorno dessa "aplicação". Isso aconteceu? Pelo visto não!

Então se trata disso mesmo, de uma "aplicação" como qualquer outra que os bancos fazem para obter lucro. Só que esses caras estão aplicando seu dinheiro aonde não deviam. Os caras que recebem esse dinheiro também estão recebendo dinheiro que não deviam, de onde não deviam, ou seja, todos são bandidos e quem sofre é o ignorante do eleitor que acha que seu voto serviu para alguma porcaria.

A mídia também cumpre seu papel de bandida e cúmplice da bandidagem, não alertando a população, que se trata na verdade de propina, ou seja, dinheiro que foi passado nas mãos dos políticos, para que esses defendessem os interesses dos bancos, e não da população que votou nesses caras e os colocou lá em Brasília.

A mídia precisa com urgência discutir mais profundamente esse tema para que a população possa entender como as coisas funcionam de verdade e que valor tem o voto do contribuinte. Ela também precisa cumprir seu papel e explicar porque os queridos senadores precisam, acima de tudo, "retribuir o favor" (termo utilizado na matéria) para com os eleitores desse país e não aos bancos e banqueiros.

A mídia também precisa explicar que enquanto houver "doações" de bancos, grandes empresas ou de traficantes para nossos políticos, não haverá democracia, mas apenas orgia do poder o do dinheiro. Enquanto isso vamos assistindo às nossas crianças em escolas de péssima qualidade, pessoas morrendo nas filas dos hospitais públicos, nossa aposentadoria indo para o beleléu, gente morando em favelas e buracos e nossos jovens sem emprego e, portanto, sem futuro.

A mídia precisa explicar também porque não consegue dizer isso tudo à população. Será que é porque os bancos são os grandes clientes da mídia e ela não pode viver sem essas doações?

Talvez...

sábado, 12 de janeiro de 2008

A China que a Mídia Esqueceu


Percebemos claramente os verdadeiros ideais e desejos da mídia, quando lemos, assistimos, ouvimos, ou melhor, não vemos, não assistimos e não ouvimos o que realmente representa o estado chinês.

Para nós, a China é mostrada como a heroína dos tempos modernos. País de progresso. Símbolo a ser seguido.

Mas não é bem assim que a coisa funciona. A China se tornou atualmente a responsável por grande parte da cultura de desemprego do ocidente e oriente. Seus produtos fabricados por mãos de obra quase escravas não oferecem chance para os concorrentes internacionais, que pagam pelo menos um salário quase digno a seus trabalhadores. Já num outro artigo[1] eu afirmo que no fundo, no fundo, a idéia é, com o tempo, nos transformar a todos em chineses. Isso dá mais lucro!

Além disso, dentro de suas barreiras territoriais, funciona uma espécie de estado corrupto-feudal, onde o cidadão comum é apenas uma engrenagem dentro de uma máquina que range sem parar, vomitando corrupção, violência, miséria e falta de liberdade de expressão.

A política chinesa para o Tibete deixaria qualquer império ocidental parecer coisa de criança. A atual política chinesa para aquele país violentamente usurpado é a de genocídio cultural. O governo chinês está usando todas as suas armas para destruir a cultura e religião tibetana, implantando políticas de imigração em massa de cidadãos chineses para o local, numa tentativa de, muito em breve, fazer com que o Tibete tenha mais chineses do que tibetanos. Enfim, destruindo toda uma cultura que por sua própria natureza histórica e de tradição religiosa, vai de encontro frontalmente com os valores culturais da china moderna, que são os valores de consumo e de alienação política e espiritual.

Nesse grande palco, a mídia, seja ela daqui ou de lá, cumpre seu papel de serva dos poderosos, destruindo a possibilidade de compreensão da profundidade das políticas da China, dentro e fora de seu território. Salvo algumas excessões, como a reportagem da revista Época on line, "Tibete, Paraíso e Inferno", do correspondente Haroldo Castro.
Enquanto a imprensa gasta tufos de tempo e dinheiro tentando assegurar que o presidente Hugo Chaves seja visto como um misto de ditador e bufão, esquece, ou finge que esquece que os verdadeiros ditadores são aqueles que levam adiante a China moderna, os grandes exportadores de petróleo do oriente médio, etc. Não só a China, mas os países árabes governados por reis e sultões ditadores, mas que possuem negócios com os países ditos de primeiro mundo.
Não estou defendendo de maneira nenhuma qualquer político. Já faz muito tempo que para mim eles são todos iguais, mas me incomoda bastante e me faz realmente ter certeza de que a mídia não cumpre seu papel de informação de verdade, quando as notícias que ela veicula chegam carregadas de segundas intenções.

De qualquer forma, a mídia já começa perceber que essa sua política não vai muito longe; que as pessoas estão começando a ficar espertas. Gente jovem com cabeça legal já procura se informar através de blogs, não compram jornais e não acreditam nas estórias da carochinha que a mídia conta. Dentro em breve o desemprego poderá bater às portas da imprensa com muita força.

Tudo por causa da China!


[1] Eu Não Quero Ser Chinês - http://imprensanaprensa.blogspot.com/2007/11/eu-no-quero-ser-chins.html

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A Indústria da Ignorância

Estamos chegando a um estado de ignorância tão grande da população idiotizada pela mídia impressa, redionfônica e televisiva, que dentro em breve teremos muito poucas pessoas "entendendo" as coisas que acontecem em suas vidas e em sua volta.

A mídia emburreceu tanto o brasileiro comum - aquele que acha que um programinha imbecil qualquer não faz mal a ninguém - apenas diverte, que hoje podemos abrir o peito e falar com orgulho que somos um dos povos mais idiotas da terra.

Acham que não? Basta acompanhar a reação popular e as opiniões da maioria das pessoas desse sofrido país, sobre a idéia perolada de se proibir o carona nas motocicletas do Rio de Janeiro. Idéia essa que não poderia ser de alguém mais inteligente que o governador daquele estado.

Em nenhum momento, a mídia, que ainda não se decidiu se motos devem ou não levar caronas pelas ruas das cidades do estado do Rio de Janeiro, abriu a questão com seriedade. Em nenhum momento o internauta leitor, o comprador de jornal, o ouvinte do rádio ou o viciado em TV, viram a possibilidade de ter contato com opiniões de gente que realmente estuda a violência dos grandes centros.

De tão tacanho que ficou o nosso povo, agora aceita qualquer idéia de jerico como salvação nacional, sem se perguntar se essas infelizes idéias têm precedentes honestos, verdadeiros ou cientificamente comprovados.

Sim, porque se pensarmos um pouquinho, somente um pouquinho, não precisa nem fazer um grande esforço, vamos perceber que, mesmo com a proibição dos caronas nas motocicletas, os bandidos vão continuar bandidos e, provavelmente, vão arrumar outra tática para continuarem assaltando e matando. Não dá para o cara deixar de ser bandido apenas porque vai sair da garupa das motos, assim como vão se "formar" cada vez mais bandidos nas escolas de bandidos que são as favelas, periferias, etc. a não ser que políticas públicas de verdade sejam adotadas.

Tem outra coisa: não vejo ninguém falar em proibir as armas que estão nas mãos dos bandidos, que usam caronas nas motos de outros bandidos para poderem assaltar quem anda pelas ruas. Porque não se faz campanha para se proibir as armas dos bandidos? Melhor, vamos proibir a existência de bandidos. Melhor ainda, vamos proibir as motocicletas, vamos proibir as pessoas de andarem com seus carros. Melhor ainda, vamos proibir as pessoas de andarem pelas ruas. Sem pessoas nas ruas não vamos ter mais assaltos, congestionamentos, ou seja, tudo estará resolvido!

Como é fácil baixar as estatísticas de roubo e crime! É só proibir as pessoas de saírem nas ruas. É isso! Vou já ligar para o governador! Eu encontrei a solução! Eu sou um gênio!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Me Engana Que Eu Gosto !


Em matéria intitulada "Lanchas do Irã ameaçaram navios dos EUA, dizem autoridades", o jornal BBC on line nos informa que "segundo as autoridades americanas, cinco lanchas iranianas interferiram com três navios da marinha americana, aproximando-se delas e enviando mensagens de rádio ameaçando explodi-las." Segundo ainda o jornal, as lanchas iranianas se aproximaram dos navios americanos quando esses navegavam no final de semana pelo estrito de Ormuz.


Vejam meus amigos leitores acordados desse país a palavra utilizada no texto do jornal: "cinco lanchas iranianas - INTERFERIRAM - com três navios da marinha americana". Deu pra sacar?


Vocês sabem onde fica o estrito de Ormuz? Pela forma que a notícia é dada, parece que fica nas praias da california, dada a maneira como o jornal tenta fazer a gente acreditar que os gringos tinham todo o direito de estar por ali sem dar satisfação para ninguém.


Segundo a Wikipédia, o Estreito de Ormuz (تنگهٔ هرمز em Persa) é um pedaço de oceano relativamente estreito entre o Golfo de Omã ao sudeste e o Golfo Pérsico ao sudoeste. Na sua costa norte está o Irã e na costa sul os Emiratos Árabes Unidos e um enclave de Omã. Deu pra sacar agora?


Pois é, já imaginou se lanchas da marinha brasileira encontrassem meia dúzia de navios americanos passeando em nossa costa num finalzinho de semana e desse nos jornais do mundo inteiro que a gente estava ameaçando os caras? Já pensou que legal!


Todo mundo sabe que a BBC é um jornal inglês, do governo inglês, que é também sócio nos negócios americanos lá pelo Iraque, etc. etc. A gente então pode perceber como é que funciona a mídia nesses momentos de crise. A mídia virou essa vagabunda que se vende para quem pagar mais. É por isso que não dá para acreditar nas notícias que se lê e se vê, sem usar um filtro de lógica e de bom senso.


E tem gente que ainda compra jornal!


Quando a Violência é Boazinha


Hoje, 7 de janeiro, na seção "variedades" da veja on line, saiu matéria sobre o resultado do estudo de dois aconomistas americanos, que mostra que a exibição de filmes violentos nos cinemas, contribuiu para a diminuição das taxas de criminalidade nas cidades americanas onde as pesquisas foram realizadas.


Segundo a revista "a pesquisa afirma que, na verdade, a sociedade está mais segura se os possíveis criminosos estiverem no escuro do cinema, em vez de juntos para beber em bares ou usar drogas."


Ainda segundo a revista, os economistas Gordon Dahl, da Universidade da Califórnia de San Diego, e Stefano DellaVigna, da Universidade da Califórnia de Berkeley, compararam relatórios de criminalidade com a audiência de filmes violentos nos Estados Unidos nos últimos dez anos. Analisando os dados, eles concluíram que "nos dias de grande audiência de filmes violentos, a taxa de crimes é mais baixa". Na última década, segundo eles, a exibição de filmes considerados violentos foi responsável por diminuir a média de assaltos, ataques, estupros e agressões em cerca de 1000 por fim de semana – ou 52.000 crimes a menos por ano."


Não podemos afirmar se as pesquisas foram feitas com controle absoluto e se seus resultados traduzem a verdade do mundo. Pesquisas podem ser refutadas se analisadas ou levadas á cabo a partir da análise de outros parâmetros, localidades, ou seja, sob diferentes enfoques.


O que fica claro no entanto, é que no exato momento onde pipocam por todos os lados discussões sobre a qualidade da programação das TVs brasileiras, uma matéria surge "expontaneamente" no meio de uma seção de cinema e não na seção de ciência da revista.


Às vezes nos vêem a impressão de que a matéria foi deslocada exatamente para cumprir outro papel, não o de divulgação científica, mas o de propaganda de uma idéia, de um conceito, que é aquele que afirma que podemos ficar tranquilos quando os cinemas e as TVs brasileiras veiculam seus enlatados de violência americanos, pois os bandidos estarão nos cinemas ou em casa assistindo esse lixo e não sairão nas ruas para assaltar, estuprar ou matar ninguém, pois "de acordo com Dahl, você tira um monte de pessoas violentas das ruas e as coloca dentro do cinema ao exibir fitas dessa natureza. "


Não sei não. Ou essa pesquisa vem mostrar que a maioria dos pesquisadores está completamente enganada sobre o assunto, o que seria um absurdo, ou seira a descoberta do século em estudos sobre a psicologia humana. Nessa caso os melhores psicólogos do mundo seriam economistas.


Prefiro acreditar que a divulgação desses resultados tem mais a ver com uma maliciosa fórmula de levar os leitores a pensar que as porcarias enlatadas que assistimos nos cinemas, e que logo depois vão parar nas televisões de todo o país, fazem mais bem do que mal.


Há... essas pesquisas...